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Cepal prevê queda de 13% do volume de comércio da AL

Queda prevista de 11% nas exportações em 2009 é a maior desde 1937, no período da Grande Depressão

Por Marcilio Souza e da Agência Estado
Atualização:

O volume total de exportações e importações dos países da América Latina e do Caribe deverá cair 13% este ano por causa do impacto da crise econômica, prevê a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).

 

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As exportações deverão cair 11%, o maior declínio desde 1937, quando o mundo ainda enfrentava a Grande Depressão, enquanto as importações devem despencar 14%, a maior queda desde 1982, segundo a Cepal. O comércio é o setor mais afetado pela crise, sofrendo uma desaceleração "sem precedentes" como resultado, diz o relatório.

 

A demanda por bens da América Latina nos EUA, União Europeia, Ásia e outros países da América Latina tem diminuído fortemente, sendo parcialmente compensada pela demanda chinesa por commodities, que segue forte.

 

"São necessárias políticas urgentes para reativar o comércio porque o futuro pós-crise continuará compensando as economias orientadas à exportação, bem como o progresso em competitividade e inovação tecnológica", disse a diretora da Cepal Alicia Barcena durante a apresentação do relatório.

 

Segundo a Cepal, a crise global afetou a economia da região ao provocar a queda do investimento estrangeiro, de transferências de migrantes que trabalham no estrangeiro, de preços de produtos básicos e do volume de comércio.

 

O investimento estrangeiro na América Latina e no Caribe deverá cair até 45% em 2009, por causa principalmente da desacelaração do setor industrial. "O choque externo é muito maior do que o provocado pela crise da Ásia ou pela crise da dívida na década de 1980", afirma o relatório.

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A crise, no entanto, não "afetou dramaticamente" o PIB ou o emprego na região, segundo a Cepal, o que mostra que a América Latina está "mais bem preparada agora por causa do ciclo econômico favorável de 2003 a 2007 e das políticas macroeconômicas melhores".

 

A Cepal prevê que o comércio global vai se recuperar "em dois ou três anos", o que significa que a região deve estar preparada. O grupo propõe no relatório o aumento da integração regional, a diversificação das exportações e a criação de um programa para estimular o comércio dentro da região. As informações são da Dow Jones.

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