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Cepal reduz previsão de crescimento da América Latina

Por RENATA VIEIRA
Atualização:

Um balanço elaborado pela Divisão de Desenvolvimento Econômico da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), divulgado nesta terça-feira, prevê que a região cresça 2,7% em 2014. Segundo a comissão, a estimativa se deve ao dinamismo limitado que as economias da região vêm apresentando.A previsão de 2,7% de crescimento é um pouco superior à de 2013, que foi de 2,5%, mas inferior à previsão feita em dezembro, que foi de 3,2%. Segundo o relatório, embora as economias norte-americana e europeia estejam se recuperando da crise financeira de 2009, o contexto externo ainda é de incertezas. O estudo mostra que os países desenvolvidos devem crescer 2,2% em 2014, o que representa um avanço significativo em comparação com os 0,3% registrados entre 2007 e 2010.Já a China, um dos principais parceiros comerciais da região, requer cautela dos latinos. O país estabeleceu uma meta de crescimento de 7% para este ano, mas o ritmo lento de crescimento da indústria é um fator de risco. O baixo crescimento das maiores economias da América Latina, o Brasil - que cresceu 2,3% em 2013 -, e o México - que avançou 3% no ano passado - também foi apontado pela Cepal como razões do recuo das projeções para este ano.O balanço também analisa as situações da Argentina, que no início deste ano tomou várias medidas para enfrentar o desequilíbrio econômico, e da Venezuela, que vem enfrentando altas taxas de inflação e escassez de bens básicos. A previsão da Cepal é de que a Argentina cresça apenas 1% e de que a Venezuela sofra contração de 0,5% na atividade. Por outro lado, a previsão é de crescimento acima de 5% para Panamá, Bolívia, Peru, Equador, Nicarágua e República Dominicana em 2014.Ao mesmo tempo em que destaca a heterogeneidade do desenvolvimento econômico dos países, o documento explica que, de uma forma geral, a geração de empregos diminuiu na região, ainda que não tenha provocado crescimento significativo na taxa de desemprego. O mesmo ocorreu com os salários reais, que cresceram pouco e diminuíram a demanda interna dos países em consumo e investimento.Sobre a inflação, a comissão não espera grandes mudanças para os países da região, ainda que a previsão seja de aumento da média regional, que deve se manter no patamar entre 3% e 6%. O documento analisa, com base nos dados econômicos divulgados por todos os países, a influência da atividade externa no desenvolvimento das economias regionais, levando em consideração variáveis como política monetária, mercado cambial e política fiscal.

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