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Cerco contra importações irregulares de vestuário ajuda mercado

O diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, declarou nesta sexta-feira, 16, que a operação ''Panos Quentes 3'', realizada pela Receita para fechar o cerco às importações irregulares de confecções, teve grande importância para o mercado poder operar dentro de uma concorrência leal. Ele destacou, no entanto, que o objetivo é o combate a fraudes para eliminar "extremos incompatíveis" com o custo da produção no Brasil.

Por Renata Veríssimo e da Agência Estado
Atualização:

Segundo Pimentel, o País tem sido alvo de excedente produtivo em função da retração econômica em outros mercados, como o americano. Ele disse que, embora a maior parte do consumo interno seja de produtos fabricados no Brasil, o aumento das importações de confecções tem crescido, trazendo risco de desindustrialização.Pimentel informou que o consumo aparente de importados no Brasil é de 12%, mas era apenas de 2,5% há quatro anos. O consumo aparente é calculado pela produção brasileira menos exportações mais importações.Ele destacou que os brasileiros consomem hoje cerca de R$ 100 bilhões em produtos de vestuário. Destacou ainda que esses números não consideram as importações de produtos têxteis trazidas por turistas.Pimentel disse também que, enquanto o varejo desse setor tem crescido cerca de 5%, a produção nacional deve ter uma queda de 5% este ano. Além disso, ele acredita que o setor fechará 2011 com a eliminação de postos de trabalho ante uma abertura de 65 mil vagas ocorrida em 2010. O diretor da Abit admitiu, no entanto, que a perda de emprego no setor se deve a várias circunstâncias que não só o aumento da concorrência dos importados. Mas destacou que a balança comercial de têxtil e confecções está deficitária. "A participação dos importados (de vestuário) no mercado doméstico é pequena, mas evolução é muito ruim", alertou.

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