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Cesp: privatização depende do governo federal

Por Raquel Massote
Atualização:

O diretor de Geração Leste da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Sílvio Roberto Areco Gomes, avaliou hoje que a retomada do processo de privatização da empresa ainda esbarra na definição, por parte do governo federal, de uma solução para a renovação das concessões das usinas hidrelétricas que vencem em 2015. O assunto está sendo discutido por um grupo de trabalho criado no âmbito do Ministério de Minas e Energia, que deverá ampliar o escopo das discussões para tratar também do vencimento das concessões nos segmentos de distribuição e transmissão. Gomes acredita que no caso das geradoras a perda de lastro (ou geração de energia para honrar os contratos) está sendo considerada pelo governo federal. De qualquer forma, "o que interessa é resolver o problema do setor, com regras claras e válidas para todo mundo", aponta. A expectativa é de que o grupo apresente uma posição sobre o assunto até dezembro. A partir daí, as perspectivas são de que o tema passe também pelo crivo do ministério e também por sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda assim, a decisão dependerá do objetivo que se deseja atingir, ou seja, tratar das renovações de todos os segmentos do setor ou apenas da geração. "Acredito que não dá para tocar o processo de privatização ainda este ano, já que os investidores colocaram de forma clara que a privatização só ocorreria se o problema da concessão estivesse definido. Se o governo do Estado continuar na intenção de vender, isso deve acontecer somente a partir do ano que vem, a não ser que estas ações tenham uma solução específica para o caso da Cesp." No caso da empresa, estão nesta situação as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que juntas têm uma potência instalada de aproximadamente 3 mil megawatts (MW), que representam cerca de 70% da capacidade de geração da companhia. Conforme o executivo, "o processo de privatização da Cesp foi suspenso, não foi cancelado. O estado de privatização permaneceu. Os fundamentos legais que suportam essa decisão continuam válidos". Ele considerou ainda que há um empenho do governo estadual em discutir o assunto.

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