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Cesta básica é a mais cara desde 94

Valor de R$ 238 é o maior desde o Real e mostra alta de 10,6% no ano; de 31 produtos, 18 subiram em setembro

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

O preço médio da cesta básica teve um aumento de 1,68% em setembro e saltou de R$ 234,21 no último dia de agosto para R$ 238,14 no final do mês passado. Composta por 31 produtos de primeira necessidade, a cesta é calculada com base na tomada de preços que o Procon de São Paulo, em parceria com o Departamento Intersindical de estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese), realiza diariamente na capital. Veja a íntegra da pesquisa O valor da cesta básica em setembro foi o maior, em termos nominais, á registrado em São Paulo desde o início do Plano Real, em julho de 1994. No ano, a cesta acumula uma alta de 10,61% e nos últimos 12 meses, de 17,06%. Isso significa dizer que em setembro, só como base de comparação, o trabalhador que hipoteticamente ganhou um salário mínimo de R$ 380,00, deixou 62,66% de seu rendimento bruto no supermercado para levar uma cesta básica para casa. Nesse caso, o consumidor ficou com apenas R$ 141,86 para gastar com outras despesas. Do salário mínimo bruto, são deduzidos 7,65%, correspondentes à contribuição para o INSS, que em valor chega a R$ 29,07. Descontado esse valor, o mínimo líquido do trabalhador fica em R$ 350,93. Considerando este valor e o pago pela cesta básica, o que sobra para as demais despesas são R$ 112,79. Dos 31 produtos que compõem a cesta básica do Procon-Dieese, 18 tiveram seus preços aumentados em setembro, 11 foram reduzidos e 2 fecharam estáveis no período. A abertura da cesta por grupos mostra que a maior alta foi a de 1,70%, registrada pelo grupo Alimentação. Os maiores reajustes foram verificados na salsicha avulsa (10,44%), cebola (7,08%) e leite em pó integral (4,72%). O grupo composto pelos produtos de limpeza registrou alta de 1,65%. A maior ocorreu no preço do sabão em barra (5,56%). O grupo de Higiene Pessoal subiu 1,55%, puxado pelo aumento de 4,79% no preço do papel higiênico. CUSTO DE VIDA O Dieese também divulgou ontem o Índice do Custo de Vida (ICV) de setembro, que apontou um aumento de 0,30% para os moradores da capital paulista. Se comparado com agosto, quando os preços subiram 0,40%, tornou-se ligeiramente mais acessível morar na cidade de São Paulo. A inflação foi maior em setembro para as famílias com menor poder aquisitivo, segundo a abertura por estrato de renda do ICV-Dieese. Enquanto o índice geral subiu 0,30% no mês passado, para as famílias com renda mensal de R$ 377,49, o custo de vida fechou em 0,49%. Para as famílias do estrato intermediário, com renda de R$ 934,17, a inflação fechou em 0,35%. O menor índice, de 0,24%, foi registrado para as famílias com renda média mensal de R$ 2.792,90. A explicação para a maior taxa de inflação para os mais pobres, segundo a coordenadora do ICV-Dieese, Cornélia Nogueira Porto, está no aumento dos preços dos grãos como arroz (5,90%) e do feijão (6,16%). É que a alimentação acaba consumindo um porcentual maior da renda das famílias mais pobres.

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