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Cesta básica sobe até 30% em um ano

Das 16 capitais pesquisadas, a maior alta de preço da cesta básica em 12 meses até abril foi verificada em BH

Foto do author Márcia De Chiara
Por Márcia De Chiara e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O preço da cesta básica consumida pelo brasileiro subiu até 30% nos últimos 12 meses encerrados em abril. Só em quatro meses, de janeiro a abril deste ano, a alta beira a 20%, aponta a Pesquisa da Cesta Básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O órgão apura a variação dos preços de 13 alimentos básicos em 16 capitais. Em abril, o valor da cesta básica aumentou em todas as cidades pesquisadas.   Veja também:  Entenda a crise dos alimentos   Entenda os principais índices    "O que chama atenção é magnitude da variação em 12 meses e este ano", diz o coordenador da pesquisa, José Maurício Soares. Das 16 capitais pesquisadas, a maior alta de preço da cesta básica em 12 meses até abril foi verificada em Belo Horizonte (29,79%).   Fortaleza teve o maior aumento da cesta básica este ano (19,25%) e em abril (7,84%). São Paulo, onde a cesta em abril custava R$ 227,81, a segunda mais cara do País, perdendo só para Belo Horizonte, a alta foi de 1,73% no mês, apesar do aumento de 20,66% em 12 meses e 6,14% no ano.   A elevação da cesta básica em todas as capitais em 12 meses supera de longe a variação do salário mínimo no mesmo período, que foi de 9,21%, observa o economista. Ele destaca, por exemplo, que carne, leite, feijão, pão e óleo de soja subiram em todas as capitais nos últimos 12 meses até abril.   O preço do arroz, que virou foco de preocupação mundial, subiu em 15 capitais nos últimos 12 meses. "Só não aumentou em Aracaju (SE)." Soares diz que os aumentos generalizados são fruto de problemas climáticos que afetaram a produção, de pressões no mercado internacional e da elevação de insumos como adubos , fertilizantes e derivados de petróleo.   Vilões   Os vilões da cesta básica no mês passado foram o tomate e o pão, cujos preços subiram em todas as capitais. A maior elevação do preço do tomate foi registrada em Salvador, com 43,65%. No caso do pão, Vitória liderou o ranking dos aumentos, com reajuste de 14,01% em abril.   No mês passado, a alta de preços foi quase generalizada no País para o óleo de soja, carne bovina, arroz e leite. Segundo pesquisa do Dieese, entre as 16 capitais, o óleo de soja subiu em 15, a carne em 14 e o arroz e o leite em 13. Dos 13 alimentos da cesta básica, somente o feijão apresentou comportamento predominante de queda em abril. O produto recuou em 13 das 16 capitais pesquisadas, após período de alta.   Outro indicador de preços de abril confirma a escalada dos alimentos. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu no mês passado 0,72% e as despesas com alimentos responderam por mais da metade do índice, isto é, por 0,47 ponto porcentual. Em 12 meses até abril, o IPC-S aumentou 4,4% e os alimentos subiram 8,9%.   "Os alimentos continuam pressionando a inflação ao consumidor", afirma o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti. Embora o grupo alimentação tenha subido menos em abril no IPC-S na comparação com março, 1,69% e 1,92%, respectivamente, o economista diz que essa desaceleração foi proporcionada por alimentos muito voláteis. São hortaliças, legumes e frutas, cujos preços perderam fôlego no período.   Em contrapartida, os preços dos alimentos básicos, como grãos e carnes, continuaram pressionados em abril e com tendência de alta para maio , porém suave, diz Picchetti. Nesse rol, o economista aponta produtos panificados e biscoitos com elevação de 5,78%, carnes bovinas (1,28%), arroz (1,19%) e leite (1,90%). Já o preço do feijão caiu 11,5% no mês passado.

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