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Chanceler diz que EUA não pressionam Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro argentino de Relações Exteriores, Carlos Ruckauf, disse que a Argentina não está sendo pressionada e muito menos exigida pelos Estados Unidos para elaborar um plano econômico sustentável em troca de ajuda financeira. Em entrevista a correspondentes estrangeiros e à imprensa internacional, o chanceler argentino afirmou ainda que as declarações do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ontem, em Washington, não podem ser interpretadas como se estivesse havendo interferência norte-americana na condução da economia do país. "Acredito que o que os EUA propõem é o mesmo que o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Um plano econômico que permita a reativação e o crescimento da Argentina, já que ninguém pode pagar sua dívida apenas trabalhando", disse Ruckauf. O ministro insistiu em dizer que o que presidente Bush quis dizer é que a Argentina precisa de um plano que lhe permita crescer e honrar seus compromissos com o mundo e oferecer justiça social para os argentinos. "A Argentina esteve em duas situações de default. Saímos da primeira e vamos sair desta, mas para isso, precisamos crescer", afirmou. O chanceler argentino, que respondeu à pergunta dos jornalistas com certo humor e com muita paciência, explicou ainda que o governo do presidente Eduardo Duhalde pediu ao G-7 (grupos dos países mais ricos do mundo) para que interceda em favor da Argentina junto ao FMI. Por isso, acrescentou Ruckauf, "nosso caminho é em direção do multilateralismo". O ministro se referiu à decisão do governo, que foi incluída no Orçamento de 2002, de pagar juros sobre a dívida pública a todos os organismos multilaterais de financiamento, excluindo os detentores privados de títulos argentinos. Ruckauf confirmou também que o Orçamento deste ano será enviado ao Congresso no início da próxima semana e que, imediatamente depois de ser aprovado, serão retomadas as negociações com o FMI, de quem esperam uma ajuda entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões. Ruckauf disse ainda que a Argentina concorda com as opiniões do governo norte-americano de que o país precisa estar melhor integrado ao mundo, com as características de qualquer nação madura. "Coincidimos também que temos de ir em direção a uma política (de abertura econômica) da qual a América Latina nunca deveria ter abandonado. Compartilhamos com o sim dos EUA à liberdade política e econômica, e com o sim à defesa dos direitos humanos, mas não acredito que os EUA estejam exigindo nada da Argentina. O que Bush quer é que a o país busque seu crescimento pelo caminho da liberdade econômica", afirmou. Leia o especial

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