PUBLICIDADE

Publicidade

Chávez ameaça interromper envio de petróleo aos EUA

Por Ricardo Gozzi
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou ontem interromper os carregamentos de petróleo para os Estados Unidos se a petrolífera norte-americana ExxonMobil novamente conseguir congelar ativos financeiros da estatal petrolífera Petróleos de Venezuela (PDVSA) no exterior. "Se eles nos congelarem, não haverá mais petróleo para os Estados Unidos, e o preço do petróleo vai a US$ 300 o barril", afirmou Chávez durante um encontro da Petrocaribe. Segundo Chávez, a gigante norte-americana do petróleo "continua tentando nos prejudicar", acusou o venezuelano, sem entrar em detalhes. No mês passado, o ministro de Energia e Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, também presidente da PDVSA, revelou que a estatal venezuelana ainda mantinha uma disputa com a Exxon que resultou no congelamento de US$ 12 bilhões da PDVSA em cortes holandesas. Meses antes, a companhia venezuelana conseguiu vencer uma ação semelhante na Grã-Bretanha. A atual disputa judicial na Holanda "ainda não está resolvida" e envolve todo o território daquele país, disse então Ramírez. "A Exxon manteve (na Holanda) uma ação legal similar à que eles tentaram na Inglaterra pelo mesmo valor. Nós estamos trabalhando para resolver isso", informou então o ministro. A Exxon, uma ex-parceira da PdVSA, conseguiu por pouco tempo uma ordem de congelamento de US$ 12 bilhões em uma corte britânica, no início deste ano. A medida era parte de uma disputa entre as empresas iniciada após a nacionalização de um grande projeto petrolífero operado pela Exxon na Venezuela. Advogados da PDVSA conseguiram inverter a decisão no Judiciário britânico, em março. A companhia norte-americana solicitou procedimentos de arbitragem contra a PDVSA e o governo da Venezuela e pediu o congelamento, meses após o presidente Hugo Chávez nacionalizar a maior parte de quatro projetos petrolíferos na bacia do Orinoco. Um desses projetos era controlado pela Exxon. A região do Orinoco é a mais rica em petróleo na Venezuela e concentra uma das maiores reservas da matéria-prima (commodity) no mundo. A norte-americana ConocoPhillips também pediu um processo de arbitragem contra a PDVSA após a nacionalização realizada pela Venezuela. Mas nesse caso, segundo Ramírez, as duas partes mantinham conversas "amigáveis" para resolver a disputa. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.