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Chávez dá ultimato e ameaça retirar Venezuela do Mercosul

Presidente da Venezuela diz que vai esperar somente até setembro para que os Congressos do Brasil e do Paraguai aprovem a incorporação da Venezuela

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Por Redação
Atualização:

O presidente Hugo Chávez expressou nesta terça-feira, 3, que seu governo vai esperar somente até setembro para que os Congressos do Brasil e do Paraguai aprovem a incorporação da Venezuela ao Mercosul. Depois deste prazo, anunciou, irá retirar a solicitação de ingresso no bloco. "Se não aprovarem neste período, vamos nos retirar do processo e esperar novas condições", disse Chávez durante um ato no palácio presidencial. E, falando diretamente ao Brasil, assegurou que não tem porque pedir desculpas ao Congresso Nacional, ao qual acusa de estar dominado por uma direita "oligárquica", que recusaria qualquer mudança no modelo de integração atual. A polêmica com o legislativo brasileiro veio depois que Chávez não renovou a concessão da emissora RCTV. O presidente venezuelano chamou de "papagaios de Washington" os parlamentares brasileiros, que pediram para o governo venezuelano reconsiderar sua decisão. No Congresso brasileiro, parlamentares de diferentes tendências afirmam precisar de "gestos" de aproximação por parte do presidente venezuelano, para superar o clima de mal estar gerado pelas recentes críticas de Chávez à Casa. Chávez defendeu ainda que "não há nenhuma razão para os Congressos de Brasil e Paraguai não aprovarem nosso ingresso ao Mercosul. Ele destacou que o atraso dos congressistas em decidir sobre a integração da Venezuela ao bloco representa uma "falta de respeito para com o país". Durante pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, Chávez afirmou que lhe chamava atenção as recentes declarações do chanceler brasileiro, Celso Amorim, que afirmou que ainda faltam alguns requisitos para a Venezuela. Dirigindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Chávez insistiu: "Lula, nós não desistimos do Mercosul". Acrescentou que se a resposta não for dada no prazo, a Venezuela vai se retirar por uma questão de "dignidade, porque consideramos isso uma falta de respeito". Sem oferecer mais detalhes, Chávez acusou os Estados Unidos de tentar bloquear a integração da Venezuela ao Mercosul. O chefe de Estado se classificou como um "integrador por excelência", citando como exemplo o seu esforço para alavancar o comércio entre Brasil e Venezuela. Pedido de adesão A Venezuela firmou em 2006 seu acordo de adesão ao Mercosul, em um processo pelo qual deve ajustar-se a normas comerciais e aduaneiras do bloco, entre outras regras, ao longo de um período que vai até 2014. A incorporação venezuelana também deve ser ratificada pelos congressos dos países membros, como já fizeram os de Argentina e Uruguai, faltando ainda o aval dos legislativos de Brasil e Paraguai.

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