Publicidade

Chávez: Sidor vai colaborar para desenvolvimento do país

Por MARINA GUIMARÃES
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou hoje, em cadeia nacional de rádio e televisão, a nacionalização da Ternium Sidor, controlada pelo grupo ítalo-argentino Techint, com participação da brasileira Usiminas. "Tive que tomar a decisão, chegou o dia de tomá-la: a nacionalização da Siderúrgica de Orinoco (Sidor), a recuperação de nossa siderúrgica, para colocá-la em função do desenvolvimento do país", disse Chávez. "Por uma série de razões tomei a decisão e agora já começou a transição", completou Chávez. O presidente disse que enviou à sede de Sidor, no sul da região de Guayana, na Venezuela, o ministro de Indústrias Básicas e Minérios, Rodolfo Sanz, "para conversar com os empresários" do grupo Techint. Esta foi a primeira vez que Chávez se referiu publicamente à nacionalização da Sidor, anunciada, na quarta-feira, pelo vice-presidente Ramón Carrizalez. Na quinta-feira, em Caracas, o presidente executivo do grupo Ternium, Ricardo Prósperi, qualificou a medida de "desnecessária" e pediu que a decisão fosse reconsiderada. A nacionalização foi anunciada por Carrizalez quando o vice-presidente e o sindicato negociavam com a empresa os termos do novo contrato coletivo de trabalho, em discussão desde março do ano passado. Em rede nacional de rádio e televisão, Chávez disse que pediu à diretoria da Ternium Sidor, reiteradas vezes, que reconhecesse os direitos e benefícios dos trabalhadores. "A Ternium Sidor ainda paga aos aposentados e pensionistas valores abaixo do salário mínimo, violando a Constituição", acusou Chávez. Ele também disse que o convênio de privatização obrigava o governo a vender ferro e eletricidade à Sidor a preços subsidiados. Além disso, afirmou que a Sidor "leva o aço venezuelano ao exterior e depois o vende para a Venezuela convertido em tubos com preços bem caros". Por essas razões, "tomei a decisão e a Sidor volta a ser agora propriedade da nação venezuelana". A companhia divulgou que o faturamento na Venezuela é de US$ 2,4 bilhões e ofereceu um aumento salarial de 130%. Também afirmou que sempre cumpre a lei venezuelana e deu prioridade ao mercado interno com a venda de 2,5 milhões de tonelada de produtos no ano passado. "Somente os excedentes são colocados no exterior", disse ontem o presidente do grupo na Venezuela, Ricardo Prósperi, em entrevista coletiva à imprensa. Segundo ele, a companhia investiu US$ 926 milhões no país entre 1998 e 2007 e projetava um investimento de US$ 140 milhões neste ano. A Sidor foi privatizada em 1997 por US$ 1,2 bilhão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.