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Chefe do Fed revive proposta de compra de 'ativos podres'

Ben Bernanke diz que próximo governo dos EUA precisará fazer mais pela economia.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

O presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Ben Bernanke, deu novo fôlego nesta terça-feira à idéia de que o governo americano compre ativos podres para ajudar instituições financeira a superar a atual crise. Bernanke defendeu as medidas adotadas pelo governo americano, mas afirmou que outras ações ainda são necessárias para estabilizar o sistema financeiro internacional. "Compras públicas de ativos com problemas são uma possibilidade", afirmou Bernanke, durante palestra na London School of Economics, em Londres. Os chamados ativos podres têm alto potencial de prejuízo, apesar de o volume das perdas que representam ser incerto - muitos deles são atrelados a financiamentos imobiliários. A proposta de comprar ativos podres chegou a ser cogitada pelo governo americano em outubro, no auge da crise financeira, mas foi deixada de lado para que iniciativas de injeção de capital no mercado tivessem prioridade. Agora, a decisão de adotar ou não a medida vai ficar para o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, que assume o cargo no próximo dia 20. A proposta é considerada polêmica, mas analistas afirmam que a iniciativa serviria para fortalecer instituições financeiras que estão em dificuldades. Mais medidas Durante a palestra em Londres, Bernanke disse que as medidas já adotadas pelo governo americano evitaram um colapso do sistema financeiro global que poderia ter deixado a economia mundial em uma situação pior do que a atual. O presidente do Fed citou como exemplo a disponibilização de US$ 250 bilhões para o sistema bancário e os bilionários empréstimos do banco central americano a instituições financeiras. Agora, segundo Bernanke, para promover uma recuperação mais ampla, o governo estuda novos gastos e cortes de impostos. O presidente do Fed diz que essas medidas são bem-vindas, mas precisam ser acompanhadas por outras iniciativas. "O governo que assumirá e o Congresso estão discutindo um pacote fiscal substancial que, se colocado em prática, pode garantir um estímulo significativo à atividade econômica", afirmou. "Em minha opinião, no entanto, é improvável que ações fiscais garantam uma recuperação duradoura, a não ser que sejam acompanhadas de medidas fortes para estabilizar ainda mais e fortalecer o sistema financeiro", acrescentou. "A história mostra de forma conclusiva que uma economia moderna não pode crescer se seu sistema financeiro não estiver operando de forma eficaz." Queda no déficit Em Washington, o Departamento de Comércio americano anunciou nesta terça-feira que o déficit na balança comercial dos Estados Unidos caiu em novembro de 2008 para o nível mais baixo em mais de cinco anos. O resultado é mais um reflexo da crise financeira mundial, que diminuiu a demanda por importações nos Estados Unidos. Desde outubro, o déficit comercial americano caiu 28,7%, para US$ 40,4 bilhões. As importações registraram uma redução de 12%, e a expectativa é de que o déficit comercial americano permaneça em queda em 2009. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.