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''Chegou a hora dos resultados''

Galp já espera o retorno de investimentos no pré-sal

Por Kelly Lima
Atualização:

O potencial de reservas na área do pré-sal na Bacia de Santos está provocando um entusiasmo indisfarçável nas empresas parceiras da Petrobrás no negócio. A declaração do diretor-geral da Galp Energia, subsidiária da portuguesa Petrogal, Ricardo Peixoto, ilustra bem a excitação: "Chegou a hora de colher os resultados dos investimentos feitos no pré-sal", disse ontem o executivo, durante um fórum de energia. A Galp participa, com pequenas porcentagens, em quatro dos principais projetos na área potencial do pré-sal na Bacia de Santos: Tupi, no qual possui 10%, Júpiter, com 20%, e mais dois blocos na área denominada Pão de Açúcar. Nesse área fica a reserva que, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, tem volume estimado em 33 bilhões de barris de óleo equivalente. Segundo Peixoto, a Galp já investiu US$ 170 milhões no Brasil. "Um investimento ínfimo perto do que esperamos ter em rentabilidade." Quando a empresa abriu seu capital, em outubro do ano passado, suas ações valiam 5, mas fecharam ano em 20, após o anúncio da descoberta de Tupi. Segundo o executivo, a companhia assumiu elevados riscos quando decidiu ser parceria da Petrobrás no arremate das áreas do pré-sal, nas 2ª e 3ª rodadas da ANP, em 2000 e 2001. "Todas as majors hesitaram em entrar com força nessa nova fronteira, ainda completamente inexplorada e precisando de altos investimentos sem retorno garantido. A BG chegou a abrir um data-room para vender sua participação em alguns blocos", disse, sobre a parceira inglesa. A Shell, lembrou ele, abriu mão de parte de sua concessão no BM-S-8, que foi arrematada pela Petrobrás e pela Galp em 2004. "Àquela altura, a Petrobrás já não queria permitir a entrada de novos players numa região tão promissora e estava garantindo o maior volume de áreas para si", disse. NOVOS RISCOS Para o diretor-geral da Portuguesa Partex, Álvaro Ribeiro, as descobertas eliminaram os riscos exploratórios no Brasil. "Agora é hora de enfrentar novos riscos no desenvolvimento dos projetos." A Partex tem 10% do bloco BM-S-10, chamado de Paraty, em parceria com Petrobrás (65%) e BG (25%). Segundo ele, "é preciso cautela para falar dessas áreas". "Sobre reservas de petróleo e gás é bom sempre falar pouco", afirmou. "Não sabemos como os reservatórios vão se comportar. Será que vão poder nos dar o que esperamos? Não sabemos se as formas geológicas que encontramos num primeiro poço se repetirão ao longo de todo o reservatório." Ribeiro disse que dois novos poços devem ser perfurados naquela área, mas serão apenas o início dos 20 a 30 poços que deverão ser feitos nos próximos anos.

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