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Cheney se envolve mais no processo de paz do Oriente Médio

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, assumiu um papel mais direto nos esforços de paz para o Oriente Médio nesta segunda-feira, pedindo a Israel que amenize as sanções econômicas sofridas por palestinos inocentes e que Yasser Arafat peça o fim de todo o "terrorismo" contra Israel. Cheney analisava a possibilidade de reunir-se com o líder palestino enquanto os dois lados em conflito pareciam seguir lentamente na direção de uma trégua. Pessoas próximas ao processo de paz comentaram que Arafat está ansioso por uma reunião e que a decisão está nas mãos dos Estados Unidos. O encontro pode acontecer nesta terça, antes de Cheney partir para a Turquia. Não estava claro se o vice-presidente norte-americano visitaria o gabinete de Arafat em Ramallah, na Cisjordânia, ou se o encontraria em algum outro local. Este seria o mais importante contato de um membro do governo Bush com Arafat. Autoridades norte-americanas disseram que muita coisa ainda precisa ser feita para que aconteça uma reunião entre Cheney e Arafat. As condições logísticas para o encontro, por exemplo, são desanimadoras. De acordo com fontes, a realização de tal encontro continuaria improvável a não ser que Cheney acreditasse que a reunião seria capaz de levar israelenses e palestinos a uma trégua. O vice-presidente - perto do fim de uma viagem de 10 dias por 11 diferentes países do Oriente Médio - chegou nesta segunda a Israel, onde reuniu-se imediatamente com Anthony Zinni, enviado especial do presidente Bush à região. Os dois viajaram de carro durante 45 minutos entre o aeroporto e Jerusalém. Mais tarde, o vice-presidente dos EUA participou de um jantar oficial com o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. Zinni manteve diversos encontros com Sharon e Arafat na esperança de obter uma trégua capaz de acabar com os quase 18 meses de violência no Oriente Médio. Mas um cessar-fogo ainda parecia ilusório. Muita desconfiança persiste entre as duas partes em conflito, e as autoridades norte-americanas acreditam que a solução não será rápida nem fácil. Havia bastante otimismo pelo fato de os dois lados terem voltado a se reunir em uma sessão de segurança supervisionada por Zinni nesta segunda-feira. Outro encontro do tipo está agendado para quarta-feira. Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Richard Boucher, declarou: "Continuamos aguardando uma retirada completa para as linhas anteriores a setembro de 2000." Cheney foi cumprimentado por Sharon numa cerimônia em frente ao gabinete do primeiro-ministro após a chegada de Cheney a Tel Aviv. "Israelenses e palestinos estão sofrendo demais", declarou o vice-presidente. "Os dois povos merecem um futuro melhor." Cheney pediu a Arafat "para renunciar de uma vez por todas ao uso da violência como arma política e esforçar-se plenamente para acabar com o terrorismo". Mas Cheney também levou uma mensagem a Sharon "sobre os passos que Israel deve tomar para aliviar a devastadora crise econômica vivida por mulheres, crianças e homens palestinos".

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