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Chesf critica empréstimos desiguais em leilão de energia

Por Kelly Lima
Atualização:

O presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Dilton da Conti, criticou hoje a política de os investidores e governo ressaltarem os elevados deságios nos leilões de linhas de transmissão realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirmando que "isso ocorre principalmente pela falta de condições isonômicas na obtenção de financiamento". Fazendo críticas diretas ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que limita a capacidade de endividamento das empresas estatais junto ao BNDES, Conti ressaltou que o empreendimento arrematado pela companhia no leilão de hoje será pago com recursos próprios e o deságio foi obtido "graças à utilização de infra-estrutura já instalada em sua área de atuação", e também a equipamentos existentes em estoque. "Temos em caixa R$ 3 bilhões e podemos nos vangloriar de não precisar recorrer a um financiamento. Mas isso nos impede de participar em condições igualitárias a de empresas estrangeiras ou mesmo nacionais privadas de um leilão como este", afirmou. A Chesf arrematou o Lote E do leilão da Aneel, que trata da construção de 110 quilômetros entre o interior de Sergipe e Alagoas, mais uma subestação de energia. O executivo ressaltou que vê os valores propostos pela Aneel como referência para uma receita anual permitida para as transmissoras como sendo "absolutamente plausível e real". "Claro que os elevados deságios acabam levantando rumores de que essas receitas estavam subestimadas, mas confiamos na avaliação técnica da Aneel, que considera níveis normais de financiamento e de construção de uma obra. Quando se foge muito disso é porque alguma das regras pode ser diferenciada, como é o caso do financiamento ou da tributação", disse.

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