21 de abril de 2010 | 00h00
O consórcio vencedor do leilão da Hidrelétrica de Belo Monte pretende fazer a obra no Rio Xingu por menos de R$ 19 bilhões, valor estimado pelo governo para o custo da hidrelétrica. "Meu orçamento é menor, vou fazer a obra mais barata", disse José Ailton de Lima, presidente do grupo Norte Energia e diretor de Engenharia e Construção da Chesf, subsidiária da Eletrobrás que liderou o grupo.
Diversas empresas privadas consideram que o valor estimado para a construção é baixo e que a obra custaria, pelo menos, R$ 30 bilhões. O executivo da Chesf ironizou os concorrentes. "Existe analista para tudo, até para astrologia. Nós fizemos os nossos cálculos e temos convicção de que vamos colocar essa obra de pé com a oferta que fizemos."
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, lembrou que a eficiência do consórcio vencedor na construção da usina representará maiores ganhos para os sócios. "O consumidor pagará os R$ 78 com eles fazendo bem ou fazendo mal. O contrato prevê apenas um reajuste da tarifa pelo IPCA (índice de inflação), o risco é do empreendedor."
Sócios estratégicos. Lima confirmou que a Eletronorte, outra subsidiária da Eletrobrás, será uma das sócias estratégicas da usina. A entrada da empresa, entretanto, não vai alterar a participação do Estado dentro do empreendimento - de 49,98%.
O executivo confirmou ainda que o consórcio contará com fundos de pensão e autoprodutores, que são empresas que entraram como sócias de hidrelétricas para garantir parte da energia que consomem. "A Eletronorte já assinou um termo de compromisso e podemos ter outros sócios estratégicos, mas não vou responder agora sobre isso", acrescentou o presidente do grupo Norte Energia.
A definição sobre os novos sócios deve ser feita dentro de 30 dias. A CSN e a Gerdau podem ser os autoprodutores que entrarão no consórcio, informaram fontes do setor.
Segundo Lima, o consórcio deverá levar cerca de seis meses para apresentar o Plano Básico Ambiental, peça necessária para a obtenção da licença de instalação que será emitida pelo Ibama. Somente com essa licença é que o grupo poderá dar início à obra . Segundo o executivo, o plano básico ambiental é um documento completo, onde precisam ser detalhados todos os condicionantes exigidos pelos órgãos ambientais. / COLABORARAM CÉLIA FROUFE E WELLINGTON BAHNEMANN
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