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Chile pode eliminar barreiras de seu mercado agrícola

Por Agencia Estado
Atualização:

A agricultura chilena está próxima de uma reviravolta, impensável até poucos meses atrás. A meta é liberalizar tudo. Isto é, abrir o mercado agrícola, sem imposição de tarifas ou quotas e sem as tradicionais bandas de preços praticadas no país para produtos como trigo, açúcar e beterraba. Em suma, a idéia seria eliminar todo tipo de protecionismo que existe hoje nesse setor. Essa proposta, de acordo com o jornal "El Mercurio", começa a tomar forma e força dentro do governo chileno, e no próprio setor agrícola, à medida em que se aproxima mais uma rodada de negociações comercias com os Estados Unidos, marcada para o final deste mês. Depois, serão mais outras três rodadas (outubro, novembro e dezembro), consideradas cruciais e definitivas para chegar a um acordo de livre comércio. A iniciativa, ainda de acordo com o jornal, contaria com total apoio dos diversos setores do agribusiness chileno, entre os quais a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), parlamentares e economistas. Existe, porém, uma única condição: a abertura recíproca por parte do mercado norte-americano para produtos chilenos. Procurado pela Agência Estado, a direção executiva da SNA em Santiago do Chile não se manifestou argumentando que se encontrava em reunião. Nos últimos meses, ainda de acordo com "El Mercurio", diversas entidades ligadas à área agrícola já vinham comentando, mesmo que extraoficialmente, a possibilidade de aceitar a abertura do mercado chileno. Mas ainda existia uma forte posição contrária de setores agrícolas tradicionais, como os de trigo, cereais, açúcar, leite e beterraba. Mas o cenário mudou na semana passada, quando o setor do açúcar enviou uma carta ao Ministério de Relações Exteriores chileno propondo eliminar de vez as tarifas sobre a importação de açúcar no âmbito das negociações comerciais com os Estados Unidos em troca, também, de uma abertura por parte do mercado norte-americano. Eliminação de bandas de preços A possibilidade de uma total abertura do mercado agrícola chileno significaria, necessariamente, a eliminação de bandas de preços que o país pratica atualmente. Essa medida teria sido solicitada pelo governo norte-americano como condição prioritária devido ao forte interesse que os EUA têm me relação ao trigo, por exemplo. Alguns economistas que assessoram o governo chileno nas negociações com os Estados Unidos afirmaram que a abertura total do mercado chileno traria benefícios econômicos para o país, principalmente por que ela (a abertura) permitiria a modernização definitiva da agricultura tradicional do país com orientação para o mercado externo. Outra condição que o Chile exigiria em contrapartida à abertura de seu mercado seria a eliminação total dos subsídios concedidos por Washington à produção agrícola norte-americana.

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