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China dá moral a zona do euro e Ibovespa retoma 62 mil pontos

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

O voto de confiança da China na zona do euro aliviou a tensão dos mercados com a crise fiscal da região, levando investidores de novo à ponta de compra na Bovespa, que teve uma das maiores altas do ano. Alavancado por ações ligadas a commodities, o Ibovespa deu um salto de 3,16 por cento nesta quinta-feira, a 62.091 pontos. O giro financeiro da sessão alcançou 6,66 bilhões de reais. Desfazendo notícias veiculadas na véspera, o governo chinês negou planos de diminuir a exposição a títulos da zona do euro, em que tem aplicados cerca de 650 bilhões de euros. "Essa declaração tirou uma nuvem preta do mercado e alguns investidores aproveitaram o momento para comprar ações que estavam baratas", disse Ricardo Tadeu Martins, gerente de pesquisa da corretora Planner. Com isso, os principais índices acionários da Europa e de Wall Street subiram ao redor de 3 por cento, puxados sobretudo por ações de bancos e de empresas ligadas a commodities, as que vinham sendo mais penalizadas recentemente. No embalo, na bolsa paulista o motor do repique foi Vale, cujo papel preferencial disparou 6,3 por cento, a 42,10 reais --reagindo à queda na véspera, em meio a ajustes à nova carteira MSCI, em que a mineradora perdeu peso. Um relatório divulgado nesta manhã pelo Morgan Stanley deu combustível adicional, após o banco reiterar a visão positiva para o mercado de minério nos próximos meses, considerando que o medo de uma desaceleração mais forte da China é exagerado. Na cola da gigante, as siderúrgicas também exibiram repique consistente. MMX subiu 7,25 por cento, a 10,94 reais. Gerdau avançou 5,4 por cento, a 24,25 reais. A valorização do barril do petróleo serviu de pretexto para a recuperação das companhias domésticas ligadas ao produto. A ação preferencial da Petrobras ganhou 2,8 por cento, a 27,81 reais. OGX, braço de petróleo do grupo EBX, avançou 1,9 por cento, a 16,19 reais, após informar que fez mais duas descobertas na bacia de Campos e que vai deslocar sondas para testes em outros blocos. Mais atentos ao vaivém de notícias da crise europeia, os investidores deixaram em segundo plano importantes índices econômicos divulgados pela manhã, como o de que o crescimento dos Estados Unidos no primeiro trimestre foi revisado de 3,2 para 3,0 por cento. Analistas esperavam alta de 3,4 por cento. BM&FBovespa foi a pior do índice, recuando 2,2 por cento, a 11,93 reais, depois de ter escalado 11 por cento na véspera, em meio a compras pontuais de fundos que seguem o MSCI, já que o papel ganhou peso na recente recomposição da carteira do índice. De acordo com Martins, embora o fluxo de notícias tenha melhorado desde a véspera, o momento ainda é de instabilidade e qualquer notícia negativa pode trazer o pessimismo de volta.

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