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China domina produção de miniaturas de carros

Brasil importou 324 mil réplicas da China desde 2005

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Por Redação
Atualização:

Montadoras do Brasil importaram, nos últimos quatro anos, pelo menos 324 mil carros da China. A invasão asiática, tão temida pela indústria nacional, já foi concretizada no segmento de miniaturas de automóveis e caminhões vendidos no mundo todo, inclusive no mercado brasileiro. Essa posição é um alerta sobre o poderio chinês nas quatro rodas. Grandes fabricantes europeus e americanos de miniaturas de veículos, como Mattel, Norev, Minichamps e Dic Toys/Schuco, renderam-se ao baixo custo chinês e transferiram suas fábricas para lá. Mesmo modelos feitos apenas no Brasil, como a Kombi e os caminhões Volkswagen, têm suas pequenas réplicas feitas na China, sob encomenda. A Fiat é a campeã das importações. Só no período 2005/2008, trouxe cerca de 300 mil unidades do Idea, Stilo e Punto, 55 mil a mais que o volume de produção dos originais. A empresa distribui as miniaturas como brinde. "Nos carrinhos de brinquedo, os chineses são imbatíveis", diz uma fonte da montadora brasileira. A partir de 2007, a Scania também passou a trazê-los da China. Antes, adquiria as unidades de uma das poucas fabricantes brasileiras, a Harpy, de São Paulo. Em dois anos, importou 14,5 mil unidades. Além de dar como brindes em eventos, a Scania coloca seus minicaminhões à venda nas concessionárias da marca a preços médios de R$ 165. As miniaturas atraem, além das crianças, colecionadores de todas as idades. De acordo com a Mattel, líder mundial no mercado, o Brasil é o segundo maior mercado para a marca Hot Wheels. "Podemos afirmar que sete carrinhos Hot Wheels são vendidos a cada segundo em alguma parte do mundo", diz um porta-voz da Mattel. Desde 1992, a Mattel produziu 3 bilhões deles, distribuídos em diversos países. Nas lojas de brinquedos, eles são os itens mais vendidos. "O faturamento com os Hot Wheels corresponde a 1,5% das nossas vendas", diz Marcelo Mouawad, proprietário de cinco lojas em São Paulo. A variedade de modelos - cerca de 300 novos por ano, segundo a Mattel -, somada aos preços baixos, favorecem a venda o ano todo. Uma unidade custa menos de R$ 5. Os preços variam conforme a qualidade, exclusividade e tamanho da miniatura. Nas mãos de colecionadores, há modelos que chegam a custar US$ 10 mil (R$ 23 mil) em alguns sites. Uma Kombi 1962 é oferecida a R$ 780. Um Shelby Cobra 1966, a R$ 2,4 mil. As fabricantes de carrinhos destinadas a esse público foram as poucas que sobreviveram à invasão chinesa. No Brasil, a Automodelli é um exemplo. Com seis funcionários, produz cerca de mil peças por ano. O proprietário Antônio Apuzzo diz que a pequena produção foi o que garantiu a sobrevivência nos últimos dez anos. "Se tivéssemos optado pela grande escala, certamente teríamos sido absorvido pela concorrência chinesa", diz. Em escala maior, a Volkswagen importou da fabricante alemã Schuco, cuja fábrica foi transferida para Hong Kong, cerca de 10 mil miniaturas dos caminhões VW 19.320 Titan Tractor com carreta, VW 25.320 e VW 25.370, todos desenvolvidos no Brasil.

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