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China e Índia rejeitam metas do CO2 para 2050, diz França

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Por Redação
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A China e a Índia não estão preparadas para aderir à meta, adotada pelo G8, de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa pela metade até 2050, disse uma fonte do governo francês na quarta-feira. Mas esses dois países, responsáveis por um quarto das emissões mundiais, estariam dispostos a agir posteriormente, segundo o funcionário francês. "China e Índia não aderem por enquanto à meta de um corte de 50 por cento até 2050, mas há uma disposição de participar posteriormente", disse a fonte a jornalistas, pedindo anonimato. A informação surgiu ao final de uma reunião do G8 (bloco dos países industrializados mais ricos) com cinco grandes economias emergentes (África do Sul, Brasil, China, Índia e México). Mais tarde, Austrália, Coréia do Sul e Indonésia também entrariam no chamado Encontro das Grandes Economias. O G8 -- especialmente os EUA -- diz que não poderá cumprir sua meta de reduzir os gases do efeito estufa à metade caso economias de rápido crescimento, como a China, também não se empenhem por reduções. O presidente Hu Jintao diz que a China leva a questão climática a sério e que os países em desenvolvimento também precisam contribuir com a redução das emissões. Mas afirma que o ônus maior deve ficar com os países ricos. "Os países desenvolvidos deveriam fazer compromissos explícitos para continuar assumindo a liderança na redução das emissões", disse Hu em declarações distribuídas em inglês por autoridades chinesas. De acordo com Hu, a China já age de forma responsável na questão climática e está disposta a participar de forma construtiva nas discussões globais sobre um novo tratado contra o aquecimento que substitua o Protocolo de Kyoto a partir de 2012. "Devemos demonstrar vontade política e flexibilidade para garantir o sucesso das negociações", declarou. Mas Hu lembrou que a China ainda é um país em desenvolvimento, que vive um processo de industrialização e modernização, o que leva a mais emissões de poluentes. "A tarefa central da China atualmente é desenvolver a economia e melhorar a vida do povo," afirmou. Além disso, as emissões de poluentes na China são relativamente baixas em termos per capita. "Uma parcela significativa das emissões totais da China se enquadra na categoria de emissões de subsistência, necessárias para atender às necessidades básicas das pessoas", afirmou o presidente. Outro fator importante por trás das emissões chinesas é o fato de que muitas indústrias multinacionais estão transferindo suas atividades para o país. Hu cobrou do Ocidente mais transferência de verbas e tecnologia para ajudar os países pobres a se adaptarem às mudanças climáticas. "O financiamento e a cooperação são cruciais, mas há elos fracos na cooperação a respeito da mudança climática. Atualmente há uma enorme lacuna de financiamento na cooperação internacional contra a mudança climática." (Reportagem de Emmanuel Jarry e Alan Wheatley)

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