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China inaugura reunião do G-20 com críticas ao protecionismo americano

Por Agencia Estado
Atualização:

No discurso inaugural da VII reunião ministerial do G-20 financeiro - grupo composto pelos sete países mais ricos do mundo (G-7) e mais 13 países emergentes entre eles Brasil, China, Austrália, México, Índia, Rússia e Argentina -, proferido neste sábado, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, o presidente da China, Hu Jintao, criticou o protecionismo comercial dos Estados Unidos. "Os problemas globais estão aumentando", declarou Hu. "Novas manifestações das barreiras comerciais e do protecionismo estão aparecendo", acrescentou. Trata-se de clara alusão aos Estados Unidos, depois do fracasso da sexta rodada de negociações entre Pequim e Washington para chegar a um acordo no conflito têxtil, que terminou na quinta-feira. No discurso, Hu sugeriu "respeitar a diversidade dos modelos de desenvolvimento, intensificar o diálogo e a cooperação econômica e melhorar a integração do crescimento econômico". Lembrou que os países do G-20 representam 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 80% do comércio internacional. Em seguida, explicou o projeto econômico chinês. "A economia de mercado socialista da China experimentou um grande crescimento. É o país em desenvolvimento de maior crescimento do mundo. Nosso modelo de desenvolvimento pretende alcançar uma renda per capita anual de U$3.000 (2.500 euros) em três anos", disse o governante chinês. A renda per capita anual chinesa superou em 2003 os U$1.000 (ao redor de 833 euros). Em contrapartida, os desequilíbrios sociais e a corrupção estão pondo em perigo a autoridade do Partido Comunista da China (PCCh), com seu modelo de desenvolvimento baseado no capitalismo. "Queremos continuar o desenvolvimento, melhorar a democracia e atualizar o nível de vida. Temos que manter um rápido e estável crescimento, atender a demanda doméstica do país e manter a estabilidade social e política", acrescentou Hu referindo-se ao plano qüinqüenal apresentado este mês. O encarecimento do petróleo e a demanda energética chinesa, os conflitos entre Washington e Pequim, assim como a economia global, a reforma das instituições de Bretton Woods e a pressão por reavaliar a moeda chinesa, o iuane, estão na agenda da reunião. Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Coréia do Sul, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e a Presidência da União Européia (UE) compõem o G-20, e seus ministros de finanças e governadores de bancos centrais participam da reunião que se encerrará no domingo. Como membros institucionais, participam também o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), o espanhol Rodrigo Rato, e o presidente do Banco Mundial (BM), Paul Wolfowitz.

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