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China: maior inflação em 11 anos

Preços ao consumidor sobem 6,5% em 12 meses

Por Paulo Vicentini
Atualização:

O fantasma da inflação continua rondando a economia da China. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 6,5% no período de um ano compreendido entre setembro de 2006 e agosto de 2007. Conforme o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), trata-se do mais alto nível observado desde dezembro de 1996, que foi de 7%. Em julho, o aumento do custo de vida dos chineses foi de 5,6%. ''''O comportamento dos preços do grupo dos alimentos foi decisivo para a alta da inflação, ao registrar aumento de 18,2% na comparação com agosto de 2006'''', destacou o órgão. Conforme o NBS, a inflação acumulada entre janeiro e agosto deste ano atingiu 3,9%, acima do teto de 3% estabelecido pelo Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês) para o ano inteiro. O mercado acionário reagiu mal às informações. O temor de um novo aperto na economia provocou queda de 4,51% do principal índice da Bolsa de Valores de Xangai. De acordo com as projeções da corretora Changjiang, o PBoC deverá promover em setembro a sexta alta da taxa de juros para os empréstimos bancários de 2007, atualmente em 6,84% ao ano. Na avaliação de seus analistas, o governo continua preocupado com os impactos inflacionários e sociais gerados pela expansão de 11,9% do Produto Interno Bruto (PIB) durante o segundo trimestre deste ano ante ao mesmo período de 2006. ''''A autoridade monetária tende a elevar a taxa de juros até um nível compatível com a da inflação'''', disseram. Para os analistas ouvidos pelo Shanghai Securities News, o novo aumento das taxas de juros é inevitável e deverá integrar um novo pacote de medidas administrativas destinado a conter a liberação dos empréstimos bancários e os investimentos em ativos fixos. O jornal relata que os bancos comerciais liberaram US$ 369,3 bilhões em créditos entre janeiro e julho deste ano. ''''O montante equivale a 90% do volume disponibilizado no ano passado'''', assinala a reportagem.

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