PUBLICIDADE

China pede a governos locais que se preparem para eventual colapso da Evergrande

Gigante do setor imobiliário, no entanto, teve forte alta na Bolsa de Hong Kong depois de anunciar que pagaria nesta quinta-feira juros de dívidas locais

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

CINGAPURA - Autoridades da China estão pedindo a governos locais que se preparem para o eventual colapso da Evergrande, gigante do setor imobiliário que enfrenta graves problemas de liquidez, segundo fontes com conhecimento do assunto, sinalizando relutância de resgatar a empresa e na tentativa de evitar efeitos secundários de sua crise.

Nesta quinta-feira, 23, porém, as ações da companhia tiveram alta de 18% na Bolsa de Hong Kong depois que a empresa disse que pagaria juros aos detentores de títulos na China. A empresa não informou se faria um pagamento com vencimento também nesta quinta de um título separado no exterior. 

Sede da Evergrande em Xangai, na China Foto: Alex Plavevski/EFE

PUBLICIDADE

As fontes caracterizaram a iniciativa como "preparação para uma possível tempestade", com o argumento de que agências de governos locais e empresas estatais foram instruídas a intervir apenas se a Evergrande não conseguisse superar suas dificuldades de forma ordenada.

Segundo as fontes, governos locais foram incumbidos da tarefa de prevenir turbulência e mitigar efeitos de contágio para compradores de imóveis e para a economia de forma geral, restringindo cortes de empregos, por exemplo, cenário que se torna cada vez mais provável à medida que a situação da Evergrande se agrava. A incorporada tem uma série de pagamentos de bônus a honrar nas próximas semanas.

Os governos locais também receberam a tarefa de reunir grupos de contadores e peritos legais para examinar as finanças das operações da Evergrande em suas regiões, discutir com incorporadoras locais a possibilidade de assumir projetos imobiliários locais e criar equipes para monitorar eventuais distúrbios públicos e protestos, dizem as fontes.

O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) injetou 120 bilhões de yuans (cerca de US$ 18,6 bilhões) em recursos no sistema financeiro chinês através de operações de recompra reversa de 7 e de 14 dias nesta quinta, segundo comunicado divulgado no site do PBoC, em mais uma tentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com a Evergrande. Na quarta, o PBoC já havia feito uma injeção de capital do mesmo tamanho. / DOW JONES NEWSWIRES e AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.