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China pede que EUA voltem atrás em tarifas sobre tubos de aço

Governo chinês argumenta que a medida dos EUA fere as regras da Organização Mundial do Comércio

Por Ana Conceição e da Agência Estado
Atualização:

O Ministério de Comércio da China considerou protecionistas as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de alguns tipos de tubos de aço e pediu que o país volte atrás na decisão. O governo chinês argumentou que a medida dos EUA fere as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

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O Departamento de Comércio dos EUA decidiu, nesta última quarta-feira, 9, de forma preliminar, impor tarifas de até 30,69% sobre certos tipos de tubos de aço usados na construção de poços de gás e petróleo. O governo norte-americano considerou que a China está subsidiando de forma injusta as exportações desses produtos.

 

Chen Rongkai, chefe do departamento de imprensa do Ministério do Comércio chinês, afirmou que as ações a serem tomadas pelo país contra a decisão dos EUA serão detalhadas pelo Escritório de Comércio Justo para Importações e Exportações, departamento pertencente ao mesmo ministério. Não há informação, contudo, sobre quando isso ocorrerá.

 

"A China está muito insatisfeita e é contrária à decisão preliminar do Departamento de Comércio dos EUA, que mantém práticas equivocadas (de impor tarifas)", afirmou Yao Jian, porta-voz do Ministério, por meio de um comunicado publicado no site do órgão. Yao reclamou que a decisão dos EUA desrespeita as regras da OMC e prejudica os interesses de companhias chinesas. "O governo e as empresas não podem aceitar isso. A China pede que os EUA corrijam esse equívoco em sua decisão final", afirmou o porta-voz.

 

Mais cedo, o Ministério havia pedido que os EUA mantivessem o compromisso de não adotar medidas de defesa comercial antes do final de 2010 e que respeitassem o consenso alcançado recentemente pelo G-20, grupo das 20 nações mais desenvolvidas e em desenvolvimento, no sentido de lutar contra todas as formas de protecionismo.

 

As importações norte-americanas dos tubos de aço carbono chineses em questão - chamados oficialmente de oil country tubular goods (OCTG) - aumentaram mais de 200% entre 2006 e 2008, em volume, e alcançaram US$ 2,6 bilhões no ano passado.

 

A tensão entre os dois parceiros comerciais tem aumentado nos últimos meses e há mais um embate à frente: a decisão dos EUA a respeito das importações pneus chineses. Questionada por sindicatos dos trabalhadores de siderúrgicas, que também representam os funcionários dos fabricantes de pneus, a Comissão de Comercio Internacional (ITC), órgão independente do governo dos EUA, recomendou um aumento, de 4% para 55%, nas tarifas de importação de pneus de qualidade inferior da China. O presidente Barack Obama deve decidir o assunto no próximo dia 17. As informações são da Dow Jones.

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