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China prorroga prazo para soja brasileira

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo da China atendeu ao pedido do Ministério da Agricultura do Brasil e prorrogou para 20 de setembro de 2003 a exigência de certificação para as exportações de soja brasileira. O pedido foi feito na semana passada por uma missão técnica chefiada pelo secretário de Apoio Rural e Cooperativismo do Ministério, Rinaldo Junqueira de Barroso, à Administração Estatal de Grãos e ao Ministério da Agricultura chineses, em Pequim. Se o pedido não fosse aceito, as exportações brasileiras de soja para a China, de cerca de 3 milhões de toneladas anuais (20% das vendas do setor), seriam interrompidas, porque o governo chinês passaria a exigir, a partir do dia 20 de dezembro próximo, uma certificação que atesta se o produto é produzido de forma convencional ou geneticamente modificado. O diretor do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério, Odilson Ribeiro, que integrou a missão, disse que a solicitação foi feita para que o governo brasileiro possa preparar as regras que vão orientar a certificação da soja convencional. Até 20 de setembro do ano que vem as exportações de soja brasileiras para a China serão feitas normalmente, acompanhadas de certificado fitossanitário. Odilson Ribeiro disse que a intenção do Ministério da Agricultura é fazer um processo de certificação para a soja semelhante ao implementado para a rastreabilidade bovina. Por esse processo, empresas certificadoras se habilitam junto ao Ministério, comprovando sua capacidade para credenciar as propriedades, acompanhar o processo de produção e fornecer a certificação. A certificação para o cultivo convencional também é uma alternativa para a demora com relação a uma definição para o cultivo e comercialização de produtos transgênicos no País, que se encontram suspensos por determinação da Justiça Federal. O diretor do Departamento de Inspeção Vegetal disse que os técnicos do seu departamento também abriram discussão para a troca comercial de outros produtos com a China. Os chineses estão interessados em vender trigo e milho, produzidos convencionalmente para o Brasil. Esses produtos viriam no mesmo navio que levasse a soja brasileira. O governo da China ficou de encaminhar a documentação relativa à análise de risco desses produtos para que a negociação tenha continuidade. O diretor do Departamento de Inspeção vegetal informou também que ainda nesta semana deve vir ao Brasil uma missão do governo da Ucrânia. Os ucranianos estão pedindo uma reunião com os técnicos do Ministério da Agricultura para discutir a proibição das importações de trigo do seu país desde o dia três deste mês. As importações foram proibidas pelo governo brasileiro porque a carga de um dos navios, procedente da Ucrânia, que atracou em Fortaleza, no último dia dois, estava contaminada pelo fungo Alternaria triticina, inexistente no Brasil.

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