A China vai trabalhar para reformar o setor público, tornando empresas estatais mais sujeitas a forças de mercado e reestruturando aquelas que tiverem baixa performance, enquanto permitirá o fechamento de algumas, afirmaram ontem autoridades.
Em um aguardado documento sobre a reforma publicado no domingo, o governo chinês afirmou que vai lançar um regime de "propriedade mista" para o setor estatal.
Zhang Xiwu, vice-diretor do órgão de fiscalização de ativos estatais, afirmou a jornalistas que o governo vai trabalhar para reorganizar e fundir estatais para centralizar capital do Estado em setores importantes, e restringirá investimento estatal em indústrias que não estejam em linha com políticas nacionais.
"Vamos fazer mais esforços para reformar 'empresas zumbis', empresas que dão prejuízo há muito tempo, e eliminar ativos de baixa eficiência e que não estão performando", disse Zhang. Ele afirmou que o país vai usar bolsas de valores, de imóveis e outros mercados de capitais para vender os ativos com performance ruim a "preços justos".
O Ministério de Finanças da China e o órgão de fiscalização dos ativos estatais vão também introduzir esquemas-piloto em conglomerados estatais, que criarão investimento de capital estatal e companhias operacionais, para melhorar a competitividade dessas empresas e criar uma "barreira" entre empresa e governo, disse Xu Hongcai, funcionário do ministério.
Plano. No domingo, o presidente da China, Xi Jinping, colocou em andamento o plano de reforma do inchado setor de empresas públicas do país pouco antes de sua visita aos Estados Unidos em uma tentativa de mostrar que Pequim está comprometida com a mudança.
O plano reflete a crença de Xi, segundo autoridades que conhecem sua forma de pensar, de que o setor estatal, em vez de ser coadjuvante, deve ser melhorado e continuar a ter papel central na economia. "Ele nunca teve a intenção de enfraquecer o papel do Estado na economia e o plano reflete isso."
A luta do governo chinês é por manter o crescimento enquanto tenta impulsionar reformas que poderiam comprimir a economia no curto prazo. Muitas das grandes estatais são indústrias que sofreram com persistente excesso de capacidade, como companhias de aço e mineração.
Indicadores. No domingo, indicadores mostraram que a produção industrial e os investimentos em ativos fixos ficaram aquém do esperado em agosto, realçando o crescente desafio para o governo alcançar sua meta de 7,0% de crescimento no ano.
Discordância entre agências do governo envolvidas no desenho da reforma das companhias estatais levaram a atrasos e revisões por diversas vezes, afirmaram pessoas com conhecimento do processo. (Com agências internacionais).