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China quer mediador para disputa de petroleiras com o Equador

Por CHEN AIZHU
Atualização:

As petrolíferas estatais da China recorreram a mediadores internacionais para alterar a decisão do Equador sobre a aplicação de um novo imposto, argumentando que a medida coloca em risco milhões de dólares em investimentos no país sul-americano, disseram executivos do setor. As declarações vieram um dia após uma visita do presidente equatoriano, Rafael Correa, ao presidente chinês, Hu Jintao. Correa havia anunciado a imposição das taxas adicionais em outubro, numa tentativa de compartilhar lucros adicionais das petroleiras que atuam no país. O Equador fechou contratos com a empresa chinesa Sinochem Corp e com uma companhia dirigida pela China National Petroleum Corp (CNPC) e pela Sinopec antes dos preços do petróleo atingirem o nível atual, próximo de 100 dólares o barril. Um funcionário ligado às operações da CNPC no Equador disse que o imposto obrigaria projetos chineses no país a "deixar o mercado" e levaria Pequim a repensar os investimentos nas nações produtoras de petróleo com "recursos limitados e riscos crescentes". "A CNPC está se preparando para levar o caso a Haia", disse o funcionário, referindo-se ao Tribunal Internacional de Justiça com sede nos Países Baixos. "A companhia possivelmente não conseguiria sobreviver se o Equador começasse a cobrar taxas extraordinárias", acrescentou. Correa surpreendeu os investidores quando se apropriou de quase todo o lucro adicional das petroleiras trazido pelo aumento de preço do petróleo sobre o preço contratual estabelecido. Pelo decreto de outubro, Correa disse que o Equador aumentaria a participação estatal sobre o "lucro petroleiro extraordinário" das empresas estrangeiras para 99 por cento, em comparação a 50 por cento. A medida tinha como objetivo obrigar as companhias a renegociar os contratos com o governo, que deseja manter todos os lucros adicionais do petróleo gerados por empresas estrangeiras em troca de tarifas pelo serviço. A Petrobras, uma das empresas afetadas, aceitou renegociar os contratos, segundo o ministro de Minas e Petróleo do Equador, Galo Chiriboga. De acordo com o diretor da área Internacional da estatal brasileira, Nestor Cerveró, em entrevista recente à Reuters, existem planos de investir no Equador.

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