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China quer parar 6.400 indústrias no verão para economizar água

Por Agencia Estado
Atualização:

A escassez de água e a crise no abastecimento de energia elétrica na China levaram a Prefeitura de Pequim a suspender por uma semana as atividades de 6.400 indústrias na cidade. De acordo com o órgão municipal, as empresas serão atingidas pelo racionamento, mas os funcionários não serão financeiramente prejudicados. A crise no abastecimento de água na cidade desde há muito é anunciada, pois Pequim enfrenta, pelo quinto ano consecutivo, a pior estiagem de sua história. Neste período, o nível da represa de Miuyn, a maior da cidade, despencou de 3,9 bilhões de metros cúbicos para 710 milhões de metros cúbicos. Ao longo dos últimos anos, a escassez de água derrubou a distribuição per capita para 300 metros cúbicos na cidade, apenas um oitavo da média nacional e a vigésima parte da média mundial. Os benefícios advindos dos desvios emergenciais transregionais de águas das províncias de Hebei e Shanxi também são limitados. Nesta semana, mais 40 milhões de metros cúbicos de água devem ser transferidos da Província do Shanxi por intermédio do rio Sanggan, apesar das perdas estimadas em 20 milhões de metros cúbicos até desembocarem nas represas desta Capital. Chuvas artificiaisDesde o início da estiagem, a média pluviométrica em Pequim tem sido de 428 milímetros anuais, contra os 550 milímetros anteriormente registrados. A fim de aliviar a situação, cada vez mais os cientistas chineses recorrem ao bombardeamento das nuvens com produtos químicos e gelo seco. No verão do ano passado, a represa de Miuyn recebeu 23,77 milhões de metros cúbicos de água. No entanto, eles não são suficientes para atender às necessidades de uma cidade cuja área urbana se estendeu de 100 para 520 quilômetros quadrados e cuja população saltou de 8 milhões para 14 milhões de habitantes nos últimos anos. PrejuízosA crescente escassez de água na China atinge o cotidiano de 400 milhões de pessoas em 460 cidades e provocam cerca de US$ 35 bilhões em prejuízos anuais aos cofres nacionais. Em 2002, o consumo de água utilizado para produzir cada 10 mil yuans do Produto Interno Bruto (PIB) chinês foi de 540 metros cúbicos, um índice quatro vezes maior que a média mundial. Segundo a nota oficial da Prefeitura de Pequim, no entanto, ainda é cedo para se avaliar a extensão dos prejuízos financeiros causados à cidade. EnergiaA suspensão das atividades das empresas também tem a ver com a redução do consumo de energia elétrica. Na próxima semana, a capital chinesa estará vivendo o auge do verão, com temperaturas médias de 36ºC. A paralisação das atividades das empresas implicará uma economia de 26% no consumo de energia elétrica da capital e de seus distritos. Segundo a Agência de Notícias Xinhua, o crescimento de consumo de energia elétrica pelas indústrias chinesas no primeiro quadrimestre deste ano foi de 18% em relação ao mesmo período do ano passado, consumindo 75% por cento do total produzida em toda a China. A capital Pequim deverá consumir 1,2 milhão de quilowatts somente neste verão.

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