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China rejeita acordo de livre comércio com o Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A proposta do governo brasileiro de negociar um acordo comercial com vistas ao livre comércio e um acordo automotivo foi rejeitada pelo governo chinês. As negociações comerciais entre Brasil e China devem se limitar, em um primeiro momento, na assinatura, ainda este ano, de um memorando de entendimento para cooperação técnica. O secretário de desenvolvimento da produção, do Ministério do Desenvolvimento, Reginaldo Arcuri, disse hoje que a estratégia será fortalecer as relações econômicas com China, para que possa se beneficiar dessa aproximação quando o governo chinês decidir negociar um acordo comercial. Segundo ele, o governo chinês acha prematuro um acordo de livre comércio, considerando que passou a integrar a Organização Mundial do Comércio (OMC) no ano passado, e se recusa a fazer acordos setoriais como o automotivo. Na última sexta-feira, o ministro do planejamento da China, Zhang Bobao, esteve com o ministro Sergio Amaral e teve reuniões com técnicos do ministério e representantes da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea). O governo brasileiro entregou ao ministro chinês uma minuta de memorando de entendimento para desenvolvimento da cooperação industrial em vários setores, como café, mas principalmente álcool e automotivo. ?Estar no mercado chinês é mais importante que continuarmos lutando por um acordo de livre comércio?, disse Arcuri. Segundo Arcuri, governo e empresários irão se reunir para traçar uma agenda de trabalho para todos os setores incluídos no documento de cooperação técnica. Os chineses têm interesse em conhecer a tecnologia e os equipamentos brasileiros para produção de álcool combustível. Arcuri afirmou que a China tem planos de montar uma segunda usina de álcool e está interessada em utilizar a tecnologia brasileira. Atualmente, os chineses produzem 600 mil litros de álcool por ano mas utilizam tecnologia norte-americana. Os chineses também querem conhecer a experiência brasileira de adicionar álcool a gasolina em padrões mais altos que outros países. ?O Brasil quer fazer disso uma área de cooperação industrial. Queremos vender carros, motores, tecnologia e equipamentos?, disse Arcuri. As negociações interessam ao Brasil que quer transformar o álcool em commoditie internacional para conter a instabilidade do mercado de açúcar e facilitar o comércio internacional do produto. No setor automotivo, as negociações com a China visam a estimular a venda de carros a álcool, com motores flexíveis ou ainda com motores que admitem uma mistura mais alta de álcool na gasolina. O Brasil também espera aumentar as exportações de carros a gasolina, principalmente de médio e pequeno porte. O Brasil atualmente exporta principalmente peças de automóveis para serem montados na China, além de autopeças.

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