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China rejeita críticas dos EUA sobre desvalorização do yuan

Premiê chinês afirmou que se yuan for valorizado como EUA querem, várias empresas chinesas poderiam falir.

Por BBC Brasil
Atualização:

O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, rejeitou as críticas americanas à atual política de câmbio chinesa nesta quinta-feira, horas antes de uma reunião com o presidente americano Barack Obama. Os Estados Unidos ameaçam penalizar a China, acusando o governo de manter a moeda artificialmente baixa para dar às empresas chinesas uma vantagem injusta no comércio internacional. Mas Wen disse a líderes empresariais nos Estados Unidos que o câmbio do yuan não tem qualquer relação com o déficit comercial americano com a China, e que a questão não deve ser politizada. "Não existem condições para a valorização do yuan", disse ele durante um discurso em um dos eventos paralelos à reunião geral da Assembleia da ONU, que está sendo realizada em Nova York. Segundo Wen, se o yuan for valorizado entre 20% e 40%, como querem os Estados Unidos, várias empresas chinesas irão à falência. "A principal razão para o déficit comercial dos Estados Unidos com a China não é a taxa de câmbio, mas a estrutura do comércio e investimento entre os dois países", afirmou o premiê. Proposta Um comitê da Câmara de Representantes do Congresso americano deve votar nesta sexta-feira uma proposta sobre o câmbio na China que prevê sanções ao país caso o governo não faça mais para permitir a valorização do yuan. A Câmara deve votar a proposta na semana que vem, segundo um assessor do Partido Democrata. Mais cedo, nesta semana, o presidente Obama afirmou que a moeda chinesa está "com valor mais baixo do que indicariam as condições do mercado". "Portanto, isso lhes dá a vantagem comercial. Vamos continuar a insistir que nesta questão, e em todas as questões comerciais entre nós e a China, se trata de uma via de mão dupla." Disputas comerciais O câmbio do yuan não é o único ponto de tensão entre a China e os Estados Unidos. Pequim também advertiu para que os Estados Unidos não interfiram em uma disputa territorial no Mar do Sul da China. A China também reclama da venda de armas americanas para seu rival, Taiwan. "Eu acredito totalmente que todas as disputas e fricções comerciais deste momento entre China e Estados Unidos podem ser resolvidas", disse Wen. Ele acrescentou, afirmando que a China quer "um Estados Unidos forte e estável, assim como os Estados Unidos precisam de uma China forte e estável". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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