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China se torna o maior exportador de móveis do mundo

O país atingiu exportações recordes de US$ 16,4 bilhões em produtos de madeira

Por Agencia Estado
Atualização:

A China se tornou a maior marcenaria do mundo, atingindo exportações recordes de US$ 16,4 bilhões em produtos de madeira. Os chineses, que sequer contam com florestas em número suficiente para garantir o abastecimento do mercado doméstico, já ocupam mais de um terço do mercado europeu de móveis e representa 43% das importações americanas desses produtos. Os dados são da ONU. Os dados indicam que a China já teria ultrapassado a Itália como o maior fornecedor de móveis do mundo, posição que era mantida pelos italianos há décadas. A vantagem competitiva dos chineses, porém, não é a disponibilidade de madeira, mas sim de mão-de-obra barata, que possibilita a transformação dos troncos que o país importa. Segundo os dados da ONU, os chineses são os segundo maiores importadores do mundo de toras, troncos e madeira bruta, superados apenas pelos Estados Unidos. 70% do material que entra no mercado chinês e depois é transformado em móveis e outros produtos vêm das florestas russas. De acordo com os dados do governo da Rússia, o país exportou no ano passado 19 milhões de metros cúbicos de madeira para a China. Mas a ONU suspeita que o comércio de madeira ilegal extraída no leste da Rússia seja ainda maior. O resultado dessas condições tem sido um aumento nas exportações de móveis de 33% ao ano desde 1995. Não por acaso, o mercado americano tem passado por uma ampla reestruturação por causa dos chineses. Além de móveis, a China também incrementa suas exportações de piso de madeira. Nesse campo, porém, a concorrência com outros produtos que não tem madeira como base é intensa. Mesmo assim, os chineses já ocupam 35% do mercado mundial. Em 2000, representavam apenas 10%. O aumento das vendas ainda tem gerado queixas de vários países europeus e dos Estados Unidos sobre possíveis práticas de dumping por parte da China. Alemanha, Itália, Estados Unidos e Canadá abriram já investigações. Os chineses, porém, argumentam que 75% de sua produção ainda é para o consumo doméstico.

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