O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central chinês) decidiu reduzir as taxas de juros de referência nesta sexta-feira, 21, em um movimento surpreendente após meses de enfraquecimento da atividade econômica. A última vez que o banco cortou juros foi em julho de 2012.
O PBOC reduziu a taxa de juros de empréstimo de um ano em 0,4 ponto porcentual para 5,6% e cortou a taxa de juros de depósito de um ano em 0,25 ponto porcentual para 2,75%. A autoridade monetária chinesa também deu mais flexibilidade para a taxas de depósito, ao permitir que bancos ofereçam até 1,2 vez o nível da taxa de referência, de 1,1 vez anteriormente.
O corte na taxa de empréstimo deve ajudar a estimular a concessão de crédito na economia chinesa em meio a sinais de desaceleração. Muitos economistas acreditam que a China deve ficar aquém de sua meta de crescimento econômico anual de cerca de 7,5%.
O PBoC disse que não há necessidade de se adotar medidas agressivas de estímulo no país e que continuará sendo prudente na política monetária.
Em comunicado, o PBoC descreveu o corte de juros como uma "operação neutra", argumentando que está em linha com os esforços de ajustar a atual postura de política monetária prudente.
Segundo o PBoC, a economia chinesa sofre pressão de baixa, mas continua numa "faixa razoável". A ação foi necessária, disse o BC chinês, porque os custos de financiamento aumentaram para empresas pequenas com a desaceleração da economia.
"Resolver o problema dos altos custos de financiamento das empresas, em especial de firmas pequenas e médias, para o crescimento constante, promover o emprego e melhorar as condições de vida é importante", disse o PBoC.
O BC chinês disse também que a redução de juros deve estimular a liberalização do regime de taxas de juros da China, que não vai mais publicar a taxa de depósito de 5 anos e que pretende aperfeiçoar o vencimento das taxas de empréstimos que divulga regularmente.
O próximo passo da liberação, afirmou o PBoC, será a criação de certificados de depósito para empresas e indivíduos.
(Com informações da Dow Jones Newswires e Market News International)