Publicidade

China tem o direito de fazer exigência sobre soja, diz ministro

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, reafirmou hoje que a China, como principal destino da soja brasileira, tem "todo o direito de fazer suas exigências e que cabe aos fornecedores atender a demanda de acordo com o desejo do consumidor". A situação é de impasse na comercialização de soja para a China: o país exige tolerância zero de sementes tratadas com fungicidas nos lotes de soja. Os exportadores brasileiros, por sua vez, insistem que não existe tolerância zero, ou seja, é impossível não haver mistura, mesmo que em pequenas quantidades, de sementes nos lotes de soja. O contrato atual da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) prevê tolerância de 0,2% parte por milhão (ppm). Ele não quis comentar as afirmações de analistas de mercado de que a China estaria se valendo da exigência de "tolerância zero" para a soja brasileira para rever contratos firmados anteriormente. Ele disse que o assunto tem sido comentado de forma recorrente na China e também no Japão, onde o ministro cumpre agenda de trabalho no começo desta semana. "Mas como ministro da Agricultura, não me compete discutir esse assunto. Esse é assunto ligado à área comercial", afirmou ele, de forma diplomática. O ministro ressaltou que cabe a ele trabalhar para garantir mercados para o Brasil, atendendo às exigências impostas pelos consumidores. "Se existem manobras tendo em vista baixar preços, a única coisa que eu tenho a dizer é que é inaceitável qualquer rompimento de contratos", afirmou Rodrigues. Igualdade de exigências Além do Brasil, Estados Unidos e Argentina são grande fornecedores de soja para o mercado chinês. Questionado pela imprensa, ele não soube dizer se a "tolerância zero" valeria também para esses dois fornecedores. "Essa é decisão do governo chinês", limitou-se a dizer.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.