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China vai investigar frango e autopeças dos EUA

Por Ana Conceição
Atualização:

A China abriu ontem investigação sobre as importações de carne de frango e produtos automotivos dos Estados Unidos, após a administração Barack Obama decidir impor tarifas sobre as compras de pneus chineses. Sinalizando que o país poderá retaliar os EUA, o Ministério de Comércio da China disse, por meio de um comunicado, que está investigando reclamações feitas por empresas domésticas de que alguns produtos norte-americanos estariam sendo vendidos a preços abaixo do custo no mercado chinês ou estariam sendo beneficiados por subsídios. Segundo a rádio estatal, a investigação "obviamente não é uma medida de retaliação, mas uma resposta às preocupações da indústria doméstica". Na sexta-feira à noite, o governo dos EUA decidiu taxar as importações de pneus de carros de passageiros e caminhões leves da China em 35% no primeiro ano de imposição da tarifa, a partir de 26 de setembro. A alíquota cairá a 30% no segundo ano e a 25% no terceiro. A decisão foi tomada após a Comissão de Comércio Internacional dos EUA concluir que o aumento das importações de pneus prejudicou o mercado norte-americano. O governo chinês respondeu rapidamente ao anúncio, dizendo que se opõe fortemente ao que chamou de "um ato grave de protecionismo comercial."A decisão sobre os pneus ocorreu uma semana antes do previsto e depois que o governo dos EUA impôs tarifas sobre as importações de certos tubos de aço da China. Ainda no sábado, o Ministério de Comércio da China disse que se reservará o direito de relatar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). Yao Jin, porta-voz do Ministério, afirmou que "(a iniciativa dos EUA) não apenas viola as regras da OMC, mas vai contra as promessas do Grupo dos 20 e configura um abuso comercial, além de abrir um mau precedente em meio à crise econômica mundial."Yao acrescentou que a decisão dos EUA colocará o protecionismo na agenda da reunião do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo), que ocorrerá em Pittsburgh (EUA), em menos de duas semanas. As informações são da Dow Jones.

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