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Chinalco diz estar sem pressa para fazer contra-oferta pel Rio

Por TOM MILES E TONY MUNROE
Atualização:

A oferta de 147 bilhões de dólares da BHP Billiton pela Rio Tinto colocou em foco a questão sobre se Pequim entrará em uma guerra de ofertas pela segunda maior mineradora do mundo. A estatal Chinalco e sua parceira, a gigante norte-americana de alumínio Alcoa Inc, que na semana passada entraram de penetra no plano da BHP de assumir a Rio Tinto com a compra de uma participação de 9 por cento na empresa, não estão com pressa de dar o próximo passo. "Não há necessidade de forçar nada", disse uma fonte com conhecimento direto dos planos da Chinalco, que pediu para não ser identificada devido à delicadeza da situação. A Chinalco e a Alcoa reservaram o direito de fazer uma contra-proposta pela Rio Tinto. Fontes próximas à situação disseram que há mais disponibilidade de fundos por parte do Banco de Desenvolvimento da China, concessor de empréstimo do Estado que apoiou a incursão inicial no mercado. "Vamos revisar isso juntos com nossos parceiros e partiremos daí. Iremos analisar", disse o porta-voz da Alcoa, Kevin Lowery. Em um comunicado, a Chinalco e a Alcoa disseram que estão de olho nos eventos e aguardando qualquer resposta do Conselho da Rio Tinto. "Como acionistas da Rio Tinto, acreditamos que qualquer oferta deve refletir o valor fundamental da empresa", disseram as companhias. As duas empresas arquitetaram sua aquisição para acontecer num momento perfeito, visando bloquear a oferta da BHP e assim forçar a empresa a aumentar sua proposta, no que poderia ser a maior fusão do mundo na área de mineração e a segunda maior em qualquer setor. A BHP e a Rio são duas das três maiores fornecedoras de minério de ferro, ao lado da Vale, e uma união entre elas deixaria a China em uma posição mais fraca para negociar o ajuste do preço do minério de ferro, matéria-prima que precisa para seu setor de aço, o maior do mundo. A BHP tentou entrar em contato com a Chinalco na terça-feira para ter uma idéia de seu plano, mas não conseguiu uma audiência, de acordo com a fonte. "Eles, falando logicamente, queriam saber onde estávamos antes de avançarem", disse uma fonte, explicando: "Eles não conseguiram estabelecer contato". A aquisição de último minuto das duas companhias forçou a BHP a analisar um dilema entre arriscar uma guerra de ofertas com a Chinalco, que reservou o direito de fazer uma contra-oferta, ou se retirar por seis meses, de acordo com as regras de aquisição britânicas. Outra possibilidade seria a BHP levar a Chinalco para um consórcio e fazer uma oferta conjunta pela Rio. REUTERS CM DL

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