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Chinesa Baosteel nega interesse na mineradora Rio Tinto

Grupo diz não ter os recursos necessários para uma oferta de compra

Por Pequim
Atualização:

O presidente do Shanghai Baosteel, o maior grupo siderúrgico da China, Xu Lejiang, negou ontem as informações de que sua companhia estaria preparando uma oferta de compra da mineradora anglo-australiana Rio Tinto. Segundo notícias que vêm circulando na imprensa internacional, a Baosteel estaria à frente de um grupo de empresas chinesas que poderia fazer uma proposta de US$ 200 bilhões pela mineradora. Na terça-feira, o jornal 21st Century Business Herald atribuiu ao executivo a informação de que a empresa estaria interessada na Rio Tinto. Ontem, porém, em reportagem publicada no jornal Shanghai Securities News, Lejiang desmentiu a informação. "As notícias de que a Baosteel planeja comprar a Rio Tinto são falsas", disse. "A Baosteel não tem atualmente os recursos necessários para fazer uma proposta." A Rio Tinto recebeu, no início do mês passado, uma oferta de compra feita pela rival BHP Billiton, a maior mineradora do mundo. A oferta, toda em troca de ações, dava à Rio Tinto um valor de cerca de US$ 140 bilhões. A proposta, porém, foi recusada, com o argumento de que subvalorizava a empresa. No final de novembro, a Rio Tinto anunciou uma série de medidas para se defender da BHP. Entre elas, um aumento de 30% dos dividendos, um programa de venda de ativos e investimentos de US$ 2,4 bilhões em novas minas. "A BHP pode precisar da Rio Tinto, mas a Rio Tinto não precisa da BHP", disse o executivo-chefe da Rio Tinto, Tom Albanese. Desde o anúncio da oferta da BHP, o mercado internacional vem discutindo os rumos que essa disputa poderia tomar. Uma das possibilidades que se aventou foi a de a Rio Tinto se unir à rival Anglo American, formando um grupo de maior porte, o que tornaria mais difícil uma compra por outra empresa. Também foi discutida a possibilidade de a Rio Tinto fazer uma contraproposta pela BHP, uma manobra conhecida no mercado como "defesa Pac-Man". Essa possibilidade, porém, foi considerada remota por analistas. Falou-se também na possibilidade de a Vale entrar na briga e fazer uma oferta pela Rio Tinto - hipótese totalmente descartada pelo presidente da Vale, Roger Agnelli. Nesse contexto, a possibilidade de uma oferta chinesa ganha força. Para a China, uma das maiores consumidoras mundiais de minério de ferro, a união entre a BHP e a Rio Tinto poderia ser bastante prejudicial - juntamente com a Vale, essas empresas controlam hoje quase 80% do minério de ferro do mundo. Com uma eventual compra da Rio Tinto, no entanto, as siderúrgicas chinesas passariam a contar com um forte fornecedor próprio de minério. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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