PUBLICIDADE

Publicidade

Chineses compram 15% da CBMM por US$ 1,95 bi

Em março, mineradora do grupo Moreira Salles já havia vendido uma participação de 15% para outro grupo de empresas asiáticas

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

XANGAIUm grupo de empresas chinesas acertou a compra, por US$ 1,95 bilhão, de 15% da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a maior produtora mundial de nióbio, que pertence ao grupo Moreira Salles. Em março, o grupo brasileiro já havia vendido 15% da mineradora, por US$ 1,8 bilhão, para um grupo de empresas asiáticas, entre elas as japonesas Nippon Steel e JFE e a coreana Posco.Entre as empresas chinesas estão o Citic Group, Anshan Iron & Steel Group Corporation, Baosteel Group Corporation, Shougang Corporation e Taiyuan Iron & Steel Group. Em nota, a CBMM confirmou a operação, acrescentando que o "Brasil possui as maiores reservas conhecidas de nióbio do mundo, de acordo com dados de agências oficiais, e a CBMM detém os direitos às maiores e mais ricas reservas de nióbio já identificadas. O investimento é de grande valor estratégico tanto para as companhias chinesas quanto para a CBMM".A demanda mundial por nióbio registrou crescimento anual de cerca de 10% ao ano de 2002 a 2009, em função da crescente necessidade por aços especiais. Estima-se que a demanda futura para o nióbio continue a crescer mais rápido do que a produção de aço, graças à contínua inserção tecnológica do nióbio na produção siderúrgica.Aplicação. A CBMM, com sede em Araxá (MG), controla mais de 80% do mercado mundial do nióbio. O metal é fundamental para a produção de aços inoxidáveis especiais, e é caracterizado pela estabilidade quando está em contato com agentes químicos. Também é utilizado na fabricação de ligas de metais não ferrosos, como as usadas em oleodutos e gasodutos. Por suas propriedades, também é largamente utilizado em indústrias nucleares. Grande quantidade de nióbio é utilizada em superligas para a fabricação de motores de jatos e subconjuntos de foguetes - equipamentos que necessitam de alta resistência à combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram usadas em programas da Nasa. A mineradora brasileira, com mais de 800 milhões de toneladas de reservas, processa, manufatura e vende produtos a base de nióbio, de acordo com informações obtidas em seu site na internet. O Brasil é o maior produtor de nióbio do mundo - foi responsável por 80 mil das 83 mil toneladas produzidas no mundo em 2010. A China, segunda maior economia mundial, está em busca de reservas estratégicas de recursos chave em todo o mundo para suprir a alta demanda de sua indústria, em particular de terras raras. Em março, a compra da participação de 15% na CBMM por um grupo de empresas principalmente do Japão e Coreia já tinha sido vista no mercado como uma resposta à busca da China por matérias-primas."Por trás do negócio está a crescente demanda por nióbio na China e a agressiva estratégia do país para assegurar oferta no exterior, porque sua produção doméstica é limitada", disse na ocasião Kaz Machida, presidente da consultoria Kay International. / AGÊNCIAS INTERNACIONAISProdução10% foi o crescimento anual da demanda mundial por nióbio entre 2002 a 2009. O ritmo foi impulsionado pela crescente necessidade por aços especiais 80 mil toneladas de nióbio foram produzidas no Brasil em 2010. No mundo, foram 83 mil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.