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Chocolate Pan pede concordata preventiva

Por Agencia Estado
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Uma auditoria contábil nos próximos 30 dias vai levantar minuciosamente os ativos e passivos da fábrica de chocolates Pan, que pediu concordata na última segunda-feira, depois que seu nome entrou na lista de devedores do Serasa. "Só o prédio da empresa deve valer cerca de R$ 10 milhões", acredita o advogado Jeremias Alves Pereira Filho, que fez o trâmite legal para suspender o pagamento dos credores pelos próximos dois anos. A empresa, que faturou cerca de R$ 24 milhões no ano passado, está instalada numa planta de 13 mil metros quadrados em São Caetano do Sul (SP), desde que foi fundada em 1935. A Pan é conhecida no mercado por confeccionar moedas e palitos de chocolate e bombons de conhaque, entre vários outros produtos. Os seus cigarrinhos de chocolate foram um sucesso por vários anos, mas os tempos politicamente corretos obrigaram a empresa a mudar a tradicional embalagem vermelha - na qual aparecia um garoto imitando um fumante - e o produto, que passou a ser designado como rolinho. Eventual parceria Os controladores da empresa não escondem que uma eventual parceria é uma possibilidade para equilibrar a situação financeira do grupo. "É uma marca excelente, com prédio próprio e maquinário desonerado", diz Pereira Filho. Numa fase de consolidação do setor, onde a Nestlé acaba de adquirir a capixaba Garoto, chegou-se a cogitar o potencial interesse de uma das líderes, como a Lacta ou a própria Nestlé. Esta, entretanto, negou o interesse por meio de sua assessoria de imprensa, alegando que essa transação não faz o menor sentido. A Nestlé já está sob observação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por conta da concentração do setor de chocolates com a aquisição da Garoto. Também a Lacta comunicou que desconhece qualquer negociação de sociedade com a Pan. A decisão da concordata foi tomada depois que alguns bancos credores de capital de giro da fábrica de chocolates começaram a enviar o nome da Pan para a lista de devedores. Os executivos da Pan procuraram o advogado Pereira Filho, que já subscreveu outras concordatas de empresas importantes, como a da Tabacow, na sexta-feira para encontrar a melhor solução para resolver o problema do endividamento da companhia. Depois de intensas reuniões no sábado e domingo, a concordata foi solicitada no dia 22. O advogado não soube estimar o valor do endividamento.

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