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Lagarde deixa o FMI e deve assumir o BCE

Cúpula executiva da União Europeia será comandada por mulheres, pois a alemã Ursula von der Leyen será a presidente da Comissão Europeia

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Por Redação
Atualização:

BRUXELAS - Líderes da União Europeia chegaram nesta terça-feira, 2, a um acordo e indicaram a francesa Christine Lagarde para presidir o Banco Central Europeu (BCE). Também foi feito um acerto para mais quatro importantes cargos depois de uma maratona de negociações que expôs divisões profundas no bloco.

Houve momentos em que a cúpula de três dias de negociações pareceu próxima do colapso, mas terminou com um acordo que agora precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu.

No Twitter, Lagarde publicou uma imagem do encontro com o ministro alemão para discutir sobre os impactos da guerra na economia europeia. Foto: Saul Loeb/AFP - 10/4/2019

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“Feito!”, disse no Twitter o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, que foi o primeiro a informar que os líderes finalmente haviam chegado a um acordo.

Líderes esperam que a decisão de nomear duas mulheres, Lagarde e a ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, para o topo das tomadas decisão da UE pela primeira vez irá mandar uma mensagem positiva e reparar os danos causados por uma cúpula dividida, disseram diplomatas.

As discordâncias ecoaram uma fragmentação ainda mais ampla do centro político da UE que já estava evidente nas eleições para o Parlamento Europeu em maio, que resultaram em uma assembleia mais dividida na qual nenhum bloco conseguiu a maioria e grupos de extrema-direita e extrema-esquerda apareceram com força.

Com o acordo, Von der Leyen, uma aliada próxima da chanceler alemã, Angela Merkel, substituirá Jean-Claude Juncker como presidente da Comissão Europeia, o braço executivo da UE.

“No final das contas, a Europa é uma mulher”, disse Donald Tusk, o diretor de cúpulas da UE que cumpre o final de seu mandato, em referência à figura da mitologia grega Europa, que batiza o continente.

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Lagarde, que já foi a primeira mulher ministra das Finanças da França, e desde 2011 comanda o Fundo Monetário Internacional (FMI), é uma forte defensora do empoderamento feminino, embora ela não tenha experiência direta ou ativa em política monetária. A maior tarefa para Lagarde, que havia negado anteriormente qualquer interesse em um cargo na UE, será reviver a economia da zona do euro.

Poder

Von der Leyen, se aprovada, comandará a poderosa Comissão, que supervisiona os orçamentos dos Estados da UE, atua como reguladora do bloco e conduz negociações comerciais com países de fora do grupo. Sua presidência será responsável pela formação de políticas para as 500 milhões de pessoas do maior bloco comercial do mundo.

O acordo seguiu uma cúpula tortuosa que teve líderes cochilando e seus seguranças jogados em cadeiras enquanto grupos de líderes se juntavam para buscar um acordo.

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Com Merkel enfraquecida pela rebelião de seu Partido Popular Europeu (EPP), de centro-direita, no início da reunião, os esforços para impor um acordo preestabelecido com o presidente francês, Emmanuel Macron, encontraram uma resistência firme de Itália, Polônia, entre outros. Isso fez naufragar um plano para colocar o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Frans Timmermans, como presidente da Comissão.

Timmermans, que liderou a campanha dos socialistas para a eleição do Parlamento Europeu em maio, e cujo nome havia sido acertado por Macron e Merkel na reunião do G-20 no Japão , foi a maior vítima das mais de 30 horas de negociações.

Em outras decisões da terça-feira, o ministro de Relações Exteriores em exercício da Espanha, o socialista Josep Borrell, foi indicado para o cargo de principal diplomata em Bruxelas.

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Macron e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, um dos principais apoiadores da campanha de Timmermans para a presidência do Comissão, também asseguraram a indicação do primeiro-ministro interino liberal da Bélgica, Charles Michel, para substituir Tusk como chairman das cúpulas da UE. No papel de presidente do Conselho Europeu, Michel terá o trabalho de construir os compromissos e acordos entre os 28 Estados-membros.

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