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Chuvas no Natal atrasam ainda mais plantio de soja na Argentina

Por HUGH BRONSTEIN
Atualização:

Tempestades na Argentina durante o Natal ampliaram os atrasos no plantio de soja e milho, provocando dúvidas nos mercados sobre se o importante país produtor de grãos conseguirá colher o suficiente nesta temporada para ajudar a conter a escalada de preços dos alimentos ao redor do planeta. O país sul-americano é o segundo maior exportador de milho, depois dos EUA, e o maior fornecedor mundial de farelo e óleo de soja. No entanto, a semeadura na região dos Pampas está atrasada em 20 pontos percentuais na comparação com a mesma época no ano passado, disse Tomas Parenti, agrônomo da Bolsa de Grãos de Rosário. Até 100 milímetros de chuva caíram desde o final da segunda-feira até o início da terça (véspera e dia de Natal), forçando alguns agricultores a estacionarem as plantadeiras mais uma vez, esperando para que o solo secasse. Qualquer chuva mais forte neste ponto da safra --após precipitações acima da média entre agosto e outubro-- tornaria o problema mais grave, disse Parenti. "Há uma umidade excessiva nas áreas mais baixas em toda o centro da região produtora agrícola", disse Parenti, referindo-se às plantações nas províncias de Buenos Aires, Santa Fé e Córdoba. "Lavouras na mesma região mas em terrenos mais elevados estão em boas condições. Nós não estamos esperando muita chuva na próxima semana, mas se tivermos alguma surpresa, qualquer coisa entre 40 ou 50 milímetros, isto só agravaria o problema", acrescentou. As condições chuvosas nos Pampas são notícia ruim para países compradores que esperam que a Argentina ofereça grãos que ajudem a abrandar preços que subiram neste ano após o aperto na oferta causado por secas na Rússia, nos EUA e na Austrália. O preço de referência da soja em Chicago subiu 20 por cento nos últimos 12 meses, o milho subiu 9 por cento e o trigo 22 por cento. (Reportagem adicional de Maximilian Heath)

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