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Cias aéreas da UE querem seguradora própria

Por Agencia Estado
Atualização:

As companhias aéreas européias estão criticando as ofertas das seguradoras privadas para cobrir riscos de guerra e terrorismo e estão pedindo ajuda para os governos europeus. As empresas aéreas querem que os ministros dos Transportes da União Européia aprovem, no encontro da próxima segunda-feira em Luxemburgo, um plano polêmico para criar uma companhia, das próprias operadoras aéreas, de seguro mútuo para toda a Europa. Os governos da UE estão cobrindo os seguros de risco de guerra e terrorismo das empresas aéreas desde 11 de setembro. As seguradoras cancelaram contratos e prêmios depois dos ataques terroristas nos EUA. Mas as garantias dos Estados expiram no final de junho. Várias seguradoras privadas (incluindo a alemã Allianz AG Holding e a American International Group -AIG) fizeram novas propostas, mas as empresas aéreas européias disseram que estas eram inadequadas. A proposta da Allianz, com o apoio de 11 seguradoras, incluindo a gigante dos EUA, Berkshire Hathaway Inc., oferece até US$ 1 bilhão de cobertura por aeronave e US$ 2 bilhões por empresa ao ano. Essa proposta não pode ser cancelada a critério da seguradora. Contudo, esse contrato terminará automaticamente se quatro ataques forem realizados em um ano. "Eles podem ainda apertar o botão", diz David Henderson, porta-voz da Associação Européia de Companhias Aéreas (AEA) em Bruxelas. A AEA conta com a British Airways, Deutsche Lufthansa e Air France Group entre seus 28 membros. Em vez de depender das seguradoras privadas, as empresas aéreas européias querem que os governos da UE os ajudem a criar sua própria empresa de seguros, que se chamaria Eurotime. Sob esse plano, empresas aéreas, aeroportos e outros atores do mercado se filiariam ao fundo. Eles esperam dar contribuições de cerca de 0,70 euro por passageiro, embora o valor dependa do número de participantes. O plano envolve ainda seguradoras privadas, que cobririam os primeiros US$ 150 milhões de perdas. A Eurotime cobriria riscos de até US$ 1,5 bilhão. Os governos dariam garantias contra perdas para os primeiros três anos de vida do fundo. Sem seguro, as empresas aéreas européias dizem que serão forçadas a segurar seus vôos porque as empresas de leasing de aeronaves não as deixarão operar aviões que estarão com coberturas de apenas US$ 50 milhões. Mas alguns países, como o Reino Unido, devem opor-se ao plano no encontro de Luxemburgo. Eles não querem se envolver com o negócio de seguros. As seguradoras privadas também querem que as empresas aéreas comprem suas coberturas contra guerra e ataques terroristas. "O mercado deveria fornecer as soluções, e é isso que estamos fazendo", disse Klaus Schmidtke, um porta-voz da Allianz. "Estamos oferecendo uma política adequada. E já temos alguns clientes." A Allianz assinou um contrato com 10 empresas aéreas, incluindo operadoras européias, e está mantendo contatos com outras 60 companhias. Mas a Allianz admite que sua política de seguros custará às empresas aéreas cerca de 1,30 euro por passageiro - o dobro do custo do plano público.

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