Cid Ferreira nega ser dono de tela de R$ 1,5 milhão

Por meio da sua assessoria de imprensa, o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira disse hoje que não é proprietário da tela Hannibal, do artista plástico Jean-Michel Basquiat (Hannibal), avaliada em cerca de R$ 1,5 milhão. A tela, informou ontem ao Estado o diretor da Polícia Federal (PF), Luis Fernando Corrêa, foi apreendida nos Estados Unidos porque estava na lista de bens do empresário incluídos no "alerta vermelho" da Interpol. Em declaração ditada à empresa de assessoria Original 123 Comunicações, Edemar afirmou que "todas as obras que pertenciam à Cid Collection na época do seqüestro dos bens estão guardadas pela Justiça nos diversos museus". Ele não explicou por que a tela faz parte dos bens listados nas investigações da PF e nos documentos do Judiciário. A assessora do Federal Bureau of Investigation (FBI), Denise Ballou, disse que não tinha informações sobre a apreensão específica desse quadro. "Chequei com escritórios regionais do FBI e com a divisão de roubo de obras de arte em Nova York, mas ninguém tem registro dessa apreensão", disse. Há uma semana, foi realizada uma grande apreensão de obras de arte na cidade de Waterbury, Connecticut. Segundo Denise, a apreensão foi feita pela polícia local e o quadro Hannibal pode estar entre as obras de arte encontradas. Um detetive, de nome Tedesco, da polícia de Waterbury, afirmou que iria checar entre os mais de 100 quadros encontrados na residência da mulher que foi presa. A reportagem do Estado solicitou uma entrevista com o ex-banqueiro e perguntou à assessoria qual era a explicação para o fato de a tela aparecer nas listas da PF de bens seqüestrados, depois da falência fraudulenta do Banco Santos, em março de 2005, e de haver fotos em que o empresário posava diante do quadro. A resposta da assessoria foi esta: "O fato de, em algum momento, em 2004, a referida obra ter estado no Brasil, não indica que ele tenha sido seu proprietário. (...) Edemar realizou algumas das maiores e mais memoráveis mostras de arte já vistas no País. A tela de Basquiat nunca foi de Edemar, e jamais fez parte da coleção de peças seqüestradas pela Justiça. Essa tela não pertence a nenhuma empresa ligada direta ou indiretamente a ele." A comunicação da apreensão da tela Hannibal foi feita ao diretor da Polícia Federal pelo delegado que coordena os serviços da Interpol no Brasil.