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Cielo aumenta participação no mercado de cartões para 57,2% no 1º trimestre

Terminais da companhia movimentaram R$ 70 bilhões de janeiro a março 

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Os terminais da Cielo movimentaram R$ 70,2 bilhões entre janeiro e março deste ano, o equivalente a 57,2% do mercado de cartões de crédito e débito. No trimestre anterior, a participação era de 56,9%. Já a fatia de sua principal concorrente, a Redecard, baixou de 43,1% em dezembro para 42,8% em março deste ano.

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O presidente da companhia, Rômulo de Mello Dias, em teleconferência com a imprensa para comentar os resultados do primeiro trimestre, destacou que a Cielo começou em abril a captura dos cartões da bandeira Elo. Mas essa operação não deve ter impacto no lucro da companhia ainda em 2011. "A captura ainda é incipiente. A bandeira não existia até dias atrás" diz ele. Mas deve contribuir com o aumento das receitas nas transações com cartões. Na avaliação de Mello Dias, a medida em que a Elo crescer no mercado e ganhar novos emissores, ganhará importância dentro das transações da Cielo.

Mello destaca que para avaliar a participação da Cielo e Redecard no mercado ("market share") não é recomendável fazer a comparação com os números do primeiro trimestre de 2010, quando o mercado de credenciamento era fechado a novos competidores e a Cielo só capturava a bandeira Visa. Como a Visa é a maior bandeira do mundo, era esperado que a Redecard ganhasse mais transações ao começar capturar as operações com a bandeira. Por isso, a empresa destacou na teleconferência a comparação com o quarto trimestre do ano passado, quando o mercado já estava aberto e as duas credenciadoras já aceitavam várias bandeiras.

Na teleconferência, Mello destacou ainda que quando se considera o Santander, a participação da Cielo fica em 56,5% no primeiro trimestre de 2011. A da Redecard fica em 46,2%. Já o banco espanhol fica com 1,3%. O Santander começou a operar neste mercado em abril do ano passado. No quarto trimestre de 2010, as fatias não se alteram pois, segundo o executivo, não havia números do banco espanhol.

Renegociação 

A Cielo já renegociou cerca de 85% dos contratos com grandes redes de varejo, segundo o presidente da empresa. No quarto trimestre do ano passado, as renegociações haviam sido feitas com cerca de 70% dos grandes clientes.

O presidente da Cielo destacou que muitos contratos com grandes redes foram renegociados entre os meses de janeiro e março, mas ainda não implementados. Por isso, devem produzir impacto nos números da empresa somente no segundo trimestre. Assim, a expectativa é de que as taxas cobradas dos lojistas por cada transação com cartão (chamadas de MDR), que têm sido baixas nessas revisões contratuais, apresentem nova queda no segundo trimestre de 2011.

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Sobre os cerca de 15% dos grandes clientes restantes, Mello destaca que alguns optaram por trabalhar com as duas credenciadores(Cielo e Redecard), outros estão indecisos e ainda podem querer renegociar. Sobre quanto mais a taxa MDR pode cair, Mello diz que essa "é a pergunta de um milhão de dólares". "Não sabemos."

As taxas cobradas pela Cielo dos lojistas pelas transações com cartões de crédito tiveram nova queda no primeiro trimestre. A taxa líquida fechou março em 1,22% por operação feita nos terminais, ante 1,48% em março do ano passado, uma queda de 17,5% em 12 meses.

Nas pequenas redes, as renegociações têm se focado mais na redução do preço do aluguel do terminal que faz a captura das operações com os cartões (chamados de POS). "O preço do nosso aluguel caiu, mas menos que o do mercado", diz Mello. "Proposta comercial é importante, mas o pequeno varejo também está preocupado com o melhor atendimento e a celeridade das operações e a empresa está empenhada em mostrar isso", disse Mello.

A receita com o aluguel dos terminais foi de R$ 268 milhões no primeiro trimestre, queda de 8,9% em 12 meses e de 2,6% ante o quarto trimestre de 2010. O aluguel médio do POS ficou em R$ 53, queda de 10,4% ante janeiro a março do ano passado.

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