PUBLICIDADE

Publicidade

Cinco editais sobre leilão da Varig já foram retirados

O data room da Varig funcionará numa sala dentro da companhia aérea e será aberto na próxima quarta-feira, às 8h30

Por Agencia Estado
Atualização:

Cinco editais, acompanhados de manuais de acesso ao data room da Varig, já foram retirados nesta terça-feira da companhia aérea. Além da Gol, outros quatro interessados em obter informações sobre o leilão da companhia foram à sede da empresa e retiraram o edital e o manual. A informação é de fonte que acompanha o processo. A mesma fonte explica que os quatro outros editais foram retirados por escritórios de advocacia que representam os interessados. O data room da Varig funcionará numa sala dentro da companhia aérea e será aberto na próxima quarta-feira, às 8h30. Com o manual, seguem informações sobre a conta corrente em que o interessado precisa depositar R$ 60 mil, taxa de acesso ao data room. Preço inferior O edital mostrou que o preço de venda da Varig poderá ser inferior aos US$ 860 milhões anunciados previamente. Esse valor só será válido para uma primeira rodada do leilão, mas caso o preço mínimo não seja atingido, o comprador poderá fazer propostas a preços inferiores, desde que não seja a "preço vil". Essa é uma das cláusulas do edital do leilão de venda da empresa, divulgado nesta terça-feira. O documento, porém, não define o que seja preço vil, e também deixa claro que o comprador não assumirá as dívidas e passivos da empresa. Na verdade, o leilão se restringirá aos bens e direitos da companhia, especialmente os horários de vôo, os contratos de leasing (contrato pelo qual uma empresa cede a outra, por determinado período, o direito de usar e obter rendimentos de bens) e as baias e hangares nos aeroportos para a operação da empresa, entre outros ativos. O cartão Smiles também estará incluso na operação. Contrapartida Em contrapartida, o comprador terá de fazer um adiantamento de pelo menos US$ 75 milhões à Varig três dias após ser declarado vencedor. O edital abre também a possibilidade de se contestar o passivo atuarial junto ao Instituto Aerus, dos funcionários da companhia aérea. Decisão A decisão sobre a venda da companhia aérea foi aprovada pelos credores da empresa em maio. Com a determinação, foi estabelecido que o interessado poderia escolher entre a compra integral da Varig (operacional) - compreendendo os ativos totais da companhia - inclusive as rotas internacionais - ou, então, a doméstica, com operação nacional. Até 31 de dezembro do ano passado, os passivos totais da companhia atingiam R$ 9,472 bilhões - o que representava uma alta de 39% na comparação com 2003. O último balancete financeiro da companhia, divulgado em setembro de 2005, mostrava um passivo a descoberto de R$ 7,2 bilhões. Esse débito representa que, caso a empresa seja vendida, ainda haverá uma dívida neste valor. Seqüência de perdas A seqüência de perdas da Varig começou após os ataques às Torres Gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos, em setembro de 2001. Com o medo ocasionado pelos atentados terroristas, as companhias aéreas mundiais tiveram queda de 18% na procura. Porém, o agravante da companhia brasileira foi o fato de um representante do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), o comandante Luiz Martins, assumir o controle da companhia, o que fez com que certas facilidades - que nem sempre compensavam financeiramente - fossem concedidas aos funcionários. Cortes de pessoal também não eram aprovados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.