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Cineastas famosos criam filmes publicitários para a BMW

Por Agencia Estado
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Música clássica, família feliz, estradas paradísiacas e muitas performances ao volante. De um modo geral, sejam do Japão, da Inglaterra ou do Brasil, as campanhas publicitárias de automóveis não mudam muito. Pelo menos é essa a sensação de quem assiste aos mais de 500 comerciais de 80 países criados para vender automóveis e seus acessórios e que concorrem aos disputadíssimos leões do 50º Festival Internacional da Publicidade de Cannes, cujos vencedores serão revelados amanhã. Mas há exceções. A Campanha criada pela agência de publicidade americana Wieden+Kennedy para a Honda é uma delas. Mostra peças de um automóvel rolando e se encaixando umas nas outras até formar o carro. Esse comercial encantou muitos que o viram. "É coisa de engenheiro, tudo se encaixa e é perfeito como produção", disse Sergio Gordilho, diretor de Criação da África, ao deixar hoje a sala de exibição do Palais des Festivals de Cannes após uma das mais concorridas sessões de filmes. O diretor de Criação da Giovanni, FCB, Aaron Sutton, também aplaudiu a idéia da Wieden+Kennedy. E destacou ainda comercial da Euro RSCG para o Peugeot 206, em exibição no Brasil, que mostra um indiano destruindo um carro até que este adquira o design do sonhado modelo. A própria Giovanni tem, no Brasil, a conta das motos BMW, mas aqui foram os filmes dos carros da montadora a principal atração. O projeto The Hire A BMW patrocinou o filme "Who Killed the Idea?" (Quem matou a idéia?), da produtora Mindfield, de Los Angeles, que fez sucesso em Cannes, com direito a palestra do criador Herman Vaske sobre a propalada repetição dos comerciais de carro. O filme, que passou fora da competição oficial do festival, traz o ator Hervey Keitel (O Piano, Cortina de Fumaça, Cães de Aluguel) na pele de um detetive que é contratado por uma mulher (a atriz Nadja Auermann, uma das preferidas do cineasta alemão Wim Wenders) para investigar quem matou a idéia. Ele entra no carro dela - uma BMW, naturalmente - para percorrer as ruas atrás de quem matou a idéia. Ela começa a falar das qualidades do carro e ele até brinca: "Isso está parecendo comercial". O vice-presidente executivo da produtora de filmes brasileira Prodigo, Francesco Civita, adorou o filme e mais ainda a discussão que se seguiu com Vaskes no Palais. "Na realidade, a idéia da BMW com o projeto The Hire, de convidar diretores consagrados do cinema para curtas-metragens com os seus carros, é genial. O filme de Vaskes brinca com essa possibilidade de alguém copiar a idéia e ela virar lugar comum como os comerciais de carros", disse Civita. O projeto The Hire, que pode ser visitado no site www.bmwfilms.com, apresenta filmes de diretores como Guy Ritchie, Ang Lee e John Frankenheimer. Leão de Titânio Como todos os filmes extrapolam a 1 minuto (alguns chegam a 15), podem ser vistos apenas pela internet. No filme Star, Ritichie mostra a própria mulher, a cantora Madonna, deixando um hotel e iniciando com um motorista uma louca corrida pelas ruas para fugir do famosos paparazzi, os fotógrafos-carrapato de personalidades. São mais de cinco minutos de exibição da performance de uma BMW e outros tantos de Madonna dando xiliques com o motorista. "Esses filmes são um tremendo sucesso, a montadora vende os carros sem precisar dizer que é uma BMW. É arte pura", assinala Civita. Para Aaron Sutton, são projetos de comunicação como este que levaram Dan Wieden, presidente da Wieden+Kennedy e do júri principal do festival, a propor a criação de um "Leão de Titânio" para inovações fora do circuito tradicional da publicidade, como os filmes da BMW.

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