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Ciro e Mercadante reagem à declaração de O?Neill

Por Agencia Estado
Atualização:

O pré-candidato do PPS à presidência, Ciro Gomes, e o secretário de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT), deputado Aloízio Mercadante, reagiram hoje à declaração do secretário do Tesouro norte-americano, Paulo O´Neill, de que os juros no Brasil são altos porque o mercado teme a corrupção. Antes de participar de um painel promovido pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Sindical), durante o Fórum Social Mundial, na capital gaúcha, Ciro disse que O´Neill "deveria, se nós nos déssemos mais ao respeito e se não estivéssemos nos comportando como País de forma tão vassala, lavar a boca antes de mencionar a corrupção no Brasil". Para ele, "este (corrupção) é um problema grave que nós, brasileiros, temos que enfrentar, não uma autoridade estrangeira", complementou. Já para Mercadante, o secretário de Tesouro dos EUA demonstrou uma ignorância econômica rara ao vincular a corrupção brasileira aos juros elevados que o País paga. "Declarações como essa contribuem para a especulação e não resolvem os problemas do países em desenvolvimento", considerou. O deputado disse concordar que a corrupção no País é um problema muito grave, porém reafirmou que a análise feita pelo secretário dos EUA é precária e descabida. Segundo ele, a pressão da taxa de juros no Brasil - hoje em torno de 19% e há seis meses em 13%, depois de já ter chegado a 41% - ocorre em função "dos equívocos da inaceitável política adotada pelo sistema financeiro internacional em relação aos países em desenvolvimento." Para Mercante, alguns países desenvolvidos, como a Itália, também tiveram sérios problemas com a corrupção e nem por isso essas dificuldades foram vinculadas aos juros. Outra crítica feita pelo deputado é a de que os EUA adotam medidas internas, em tempos de recessão, que jamais recomendam aos outros países. "Através do FMI eles nos obrigam a aumentar impostos, a contribuir mais, algo que não fazem internamente. Infelizmente é aquela história do faça o que eu digo, mas não o que eu faço", completou.

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