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Citigroup está próximo de acordo com governo americano

Diretores consideram a criação de 'banco ruim' para receber ativos podres do grupo

Por Redação com Agência Estado
Atualização:

A junta de diretores da empresa financeira Citigroup, dos Estados Unidos, passou o final de semana reunida para "conversações sobre a crise". A cúpula considera "todas as opções" para evitar a queda de ações vertiginosa, que aconteceu na última sexta-feira. As possibilidades que são consideradas pelos diretores incluem a venda de ativos ou uma fusão. A junta prepararia a criação de um "banco ruim", que poderia ser usado para descarregar os ativos podres do balanço do grupo.  Apesar da porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, ter afirmado neste domingo que desconhece conversas entre o Citi e o governo dos EUA para ajuda financeira, fontes familiarizadas com a situação, apostam que o Citigroup está próximo de chegar a um acordo com funcionários do governo do Estados Unidos para criar uma estrutura que receberá alguns dos ativos de risco do gigante financeiro. Veja também: De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise  Todas as notícias sobre o Citigroup  As negociações teriam progredido neste mingo, em direção à criação do que será essencialmente um "banco ruim". Essa estrutura ajudará o Citigroup a limpar seu balanço de bilhões de dólares de ativos tóxicos e podres, dizem as fontes. O "banco ruim" também poderá absorver ativos tóxicos de entidades do Citigroup. O grupo tem ativos de US$ 1.23 trilhão. Alguns desses ativos estão ligados a hipotecas imobiliárias e investidores têm se preocupado se esses papéis podem causar perdas pesadas, se permanecerem no balanço do Citigroup. Embora o Citigroup não corra o risco de falir, porque recebeu US$ 25 bilhões do Tesouro dos EUA, como parte do pacote de socorro ao sistema financeiro, a forte queda nos preços das ações do banco nos últimos dias criou um sentido de urgência entre os executivos. Como pano de fundo das negociações, existe um esforço para restabelecer a confiança no grupo de Nova York, que viu os preços das suas ações despencarem em 60% na semana passada, para o nível mais baixo em 16 anos. Sob os termos em discussão, o Citigroup concordaria em absorver perdas cobertas pelo acordo acima de um certo limite. O governo federal dos EUA cobrirá as perdas abaixo desse patamar, dizem as fontes. Uma fonte disse que a nova entidade deverá deter US$ 50 bilhões desses ativos. Ainda não está claro se o governo dos EUA terá qualquer participação acionária no Citigroup, em troca de fornecer ajuda financeira ao grupo. Também não está certo se o Citigroup receberá um novo empréstimo do governo dos EUA para financiar a nova entidade. Também não está claro, na noite deste domingo, se o Citigroup terá que realizar mudanças no seu quadro de dirigentes, ou de funcionários menos graduados, em troca da possível assistência do governo. Após discussões entre executivos do Citigroup e funcionários do Federal Reserve (Banco Central dos EUA) e do Tesouro americano, as duas partes esperam chegar a um acordo na noite deste domingo, disseram as fontes. Quando as ações do Citigroup despencaram na semana passada, o executivo-chefe do grupo, Vikram Pandit, e outros executivos insistiram que a queda não era ameaçadora porque a companhia tem capital e liquidez. Mas na sexta-feira, funcionários do banco esperavam por uma manifestação de confiança da parte do governo, acreditando que tal atitude traria a confiança de volta aos clientes e investidores do banco. O governo poderá usar como modelo o resgate à segurança AIG. Queda nas ações Depois de uma reunião do seu Conselho na sexta-feira pela manhã, a administração do Citi e alguns membros do conselho mantiveram vários contatos telefônicos com o secretário do Tesouro, Henry M. Paulson Jr., e com o presidente do Federal Reserve de Nova York, Timothy F. Geithner, cotado para ser o novo chefe do Tesouro no governo do presidente eleito Barack Obama. À medida que o preço das ações do Citigroup despencavam durante o dia, com uma queda de US$ 0,68, para chegar próximo dos US$3,87, o Federal Reserve monitorava atenciosamente o quanto de dinheiro as corporações e outros clientes estavam retirando do banco, acrescentando que, até agora, muitos clientes permanecem comprometidos com a instituição financeira.

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