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Citigroup estuda venda de partes ou de todo grupo, diz 'WSJ'

Discussões estão em estágio preliminar, dizem fontes próximas ao banco; ações caíram mais de 26% na quinta

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Executivos do Citigroup, diante do desmoronamento das ações da instituição financeira, começam a avaliar a possibilidade de negociar parte do grupo ou até vender todo o conglomerado de uma única vez, segundo fontes próximas ao banco, informa o The Wall Street Journal. As discussões internas estão em estágio preliminar e não sinalizam que o conselho do Citigroup e sua administração tenham voltado atrás no discurso de que a companhia tem amplo capital, recursos suficientes para financiar suas operações e direção estratégica, disseram as mesmas fontes.   Veja também: De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise    No entanto, com a queda de mais 26% nas ações do banco na quinta-feira, o pior desempenho porcentual em um único dia de sua história, executivos do Citigroup decidiram que precisam considerar um amplo cenário que era impensável apenas algumas semanas atrás.   O Conselho de Diretores do Citigroup deve realizar um encontro formal nesta sexta-feira para discutir as opções, segundo as fontes. Ao mesmo tempo, os diretores do grupo têm se comunicado por telefone sobre o que poderia ser feito para reverter a queda das ações.   Executivos do primeiro escalão do banco reuniram-se a portas fechadas na quinta-feira para desenhar uma estratégia de estabilização. Uma porta-voz do Citigroup, disse em nota ontem à noite: "o Citi tem posição sólida de capital e liquidez" e está "voltado para a execução de nossa estratégia", a qual inclui reduzir custos e vender ativos. "Acreditamos que os benefícios serão vistos ao longo do tempo".   Ícone do capitalismo    Com suas raízes fincadas no sistema financeiro em 1812 e mais de 200 milhões de clientes em 106 países, o Citigroup é um ícone do capitalismo global. Hoje é atacado pela mesma tempestade financeira que mudou a face de Wall Street, forçando a venda do Bear Stearns e do Merrill Lynch, no começo do ano, e o pedido de concordata do Lehman Brothers.   O diretor-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, e outros executivos do Citigroup disseram a colegas que estão frustrados e confusos com a queda de 50% no valor das ações do banco nesta semana. A pressão foi causada pelo temor dos investidores de que as dificuldades econômicas irão atingir o setor financeiro de modo pior do que o previsto.   Em Washington, executivos do Citigroup têm pedido a políticos e representantes dos órgãos reguladores do mercado que dificultem a tomada de posições vendidas por investidores, de acordo com fontes. Além dos executivos do Citigroup, representantes de outras instituições financeiras pediram a Securities and Exchange Commission (SEC) que reintroduza a proibição temporária, adotada em outubro, de posições vendidas em ações financeiras.   Maior regulamentação   O presidente da SEC, Christopher Cox, disse que irá realizar uma conferência telefônica com autoridades internacionais na segunda-feira para discutir posições vendidas e outros assuntos. Em nota, Cox afirmou ser essencial haver uma coordenação próxima entre os mercados internacionais para evitar a presença de brechas na regulamentação e suas conseqüências. Especificamente, disse Cox, os reguladores explorariam uma possível coordenação para tornar as regras para posições vendidas mais rígidas, assim como a obrigatoriedade de tornar pública tais posições.   A forte queda nas ações do banco na quinta-feira ocorreu apesar do anúncio do príncipe Alwaleed bin Talal bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita, de aumento de sua participação no Citigroup para 5%. As informações são da Dow Jones.

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