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Classe média será o novo foco dos lançamentos

Apartamentos com preços de R$ 80 mil a R$ 130 mil constituem grande parte da demanda a ser atendida

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Por Redação
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O aumento do volume de recursos à disposição dos clientes para financiar a casa própria foi o principal fator para a expansão do setor imobiliário. Com mais dinheiro no mercado, as empresas "inundaram" as grandes cidades com lançamentos residenciais. E a tendência é que o segmento continue aquecido. O crescimento começou em 2004, mas foi em 2005 que o mercado habitacional ganhou mais força no País, com o aumento dos recursos vindos das cadernetas de poupança e com a redução das taxas de juros dos financiamentos. Isso só foi possível porque o Brasil vive um momento de estabilidade na economia. Com isso, as construtoras e incorporadoras aproveitaram para aumentar o número de lançamentos residenciais e oferecer mais opções aos consumidores. Em 1998, por exemplo, a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) estima que foram lançados 28.600 unidades residenciais na região metropolitana de São Paulo. Em 2005, o volume subiu para 33.682. No ano passado, foram 34.727. No próximo ano, para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), João Cláudio Robusti, o foco dos investimentos serão imóveis voltados para a classe média, ou seja, sobretudo apartamentos com preços entre R$ 80 mil e R$ 130 mil, com dois dormitórios e uma vaga na garagem. Segundo Robusti, esses consumidores representam a grande parte da demanda ainda não atendida pelo setor. "O mercado de imóveis de alto padrão é restrito no Brasil. A grande maioria da população precisa de unidades residenciais mais baratas, que sejam acessíveis às classes média e baixa." A tendência é de que o segmento imobiliário continue aquecido em 2008 - ainda mais levando-se em conta que muitos bancos já estão colocando à disposição dos clientes opções de financiamento com possibilidade de pagamento em 30 anos. Além disso, é provável que os juros continuem em queda, caso a Selic - taxa básica da economia, atualmente em 11,25% ao ano - volte a sofrer novas reduções ao longo do próximo ano. EFEITOS O crescimento do mercado imobiliário, contudo, também tem produzido alguns problemas para os empresários do setor. O excesso de demanda já está causando inconveniências, pois muitos segmentos desse mercado não estavam preparados para dar suporte a um crescimento tão grande em poucos anos. "Está faltando engenheiro civil no mercado. Além disso, alguns tipos de materiais de construção estão muito disputados nas prateleiras", disse o diretor setorial de crédito imobiliário da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Osmar Roncolato. "Estamos vivendo um momento que afeta toda a cadeia produtiva do mercado imobiliário", completou.

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