Uma pesquisa da Boa Vista SCPC revela que a parte mais pobre da população brasileira é também a que mais sofre com os juros do cartão de crédito. As classes D e E representam 80% daqueles que atrasam o pagamento da fatura. Esses consumidores recebem até três salários mínimos por mês, que equivale a R$ 2.811.
No mês passado, a taxa de juros da linha de crédito tradicionalmente mais cara do mercado, a do rotativo do cartão, chegou a ficar menor do que a do cheque especial. De acordo com dados do Banco Central, os juros do cartão chegaram a 215% ao ano ou 10% ao mês. No mesmo período, a taxa dos juros do cheque especial alcançou 333,68% ao ano, 13% ao mês.
Segundo a pesquisa, a classe A, que recebe acima de 15 salários mínimos por mês (ou R$ 14.055), é a menos afetada pelas taxas de juros. Apenas 1% dos mais ricos atrasam o pagamento da fatura do cartão de crédito.
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O órgão também analisou que, ao longo segundo semestre deste ano, quase metade dos mil consumidores que tinham algum registro de inadimplência eram solteiros (43%), mulheres (55%) e com idade entre 21 a 30 anos (49%). Do total, 66% dos entrevistados vivem na região Sul e Sudeste do Brasil.
A Boa Vista SCPC também aponta que são as contas diversas que mais pesam no bolso dos brasileiros. Entre 4 mil entrevistados de todo o País, 35% dizem que os gastos com educação foram os mais difíceis de administrar nos últimos seis meses. Na sequência, 18% afirmam que as despesas com a compra de celular e pagamento de convênio médico e medicamentos surgem como empecilhos para manter o controle financeiro. Somentes os encargos com IPTU, IPVA e condomínio tiveram queda de 24% para 17% no período.
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