PUBLICIDADE

Publicidade

Clima favorável à captação em reais

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

As empresas brasileiras colocaram no exterior R$ 2,3 bilhões em títulos, até julho, e mais R$ 1,5 bilhão está prestes a ser lançado. Essa captação foi favorecida por uma fase de grande liquidez internacional. Até maio, as emissões em reais foram principalmente do Tesouro, que colocou R$ 3 bilhões, ante R$ 887 milhões de bancos privados (Safra, Votorantim e Itaú-BBA) e R$ 750 milhões de uma estatal estadual (Cesp). Em junho, a RBS tomou R$ 300 milhões. E, agora, outras empresas, como a AmBev e a Cyrella, deverão obter R$ 700 milhões. Três fatores alimentam o interesse dos investidores pelas operações. Com o real valorizado, alguns diversificam as aplicações, preferindo o baixo risco da flutuação de títulos em reais e evitando títulos cotados em dólar, moeda que se depreciou muito, tanto em relação ao real como ao euro. Além disso, aplicações em reais ainda oferecem juros superiores à média internacional e podem proporcionar ganho adicional aos aplicadores, se o risco Brasil voltar a cair. Finalmente, continua havendo excesso de liquidez internacional, exigindo que os aplicadores busquem títulos de boa qualidade o mais rapidamente possível. Nas últimas semanas, tem havido verdadeira corrida pelos papéis brasileiros e a oferta de crescentes linhas de financiamento para os bancos brasileiros. Mas estes só se interessam pelas linhas quando os recursos podem ser repassados a tomadores finais. As emissões privadas em reais têm prazos variáveis entre 60 meses e 120 meses. É bem menos do que os 247 a 252 meses dos títulos públicos, mas, ainda assim, são prazos muito superiores aos usualmente oferecidos pelos bancos brasileiros em seus financiamentos, com a exceção do BNDES. As emissões também ajudam a criar um mercado de papéis denominados em reais na área internacional, favorecendo novo alongamento dos prazos. Com a evolução favorável da economia brasileira, diminuem os riscos dos investidores em títulos do País e os custos das emissões. Há dois anos, a Eletropaulo pagou 21,99% ao ano, mas, no primeiro semestre deste ano, os juros anuais oscilaram entre 9,21% ao ano e 11,37% ao ano, tendendo à queda. Emitindo títulos em reais e não em dólares, as empresas podem também economizar o custo do hedge (proteção contra a desvalorização do dólar). Deve-se prever, portanto, mais emissões de títulos em reais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.